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Emerson relembra tempos de glória da F-1 no Brasil dos anos 70

Bicampeão mundial comenta as duas vitórias obtidas em 1973 e 1974, além das duas segundas posições em 1975 e 1978

Emerson Fittipaldi foi um dos responsáveis pelo sucesso do GP do Brasil

Os dias que antecedem o GP do Brasil de Fórmula 1 são repletos de momentos nostálgicos e grandes histórias. E nada como ouvir as memórias de um dos principais protagonistas da corrida, o maior da primeira fase do evento.

Um dos grandes responsáveis por Interlagos receber os carros mais modernos do mundo, Emerson Fittipaldi venceu a corrida em duas oportunidades, 1973 e 1974, além de dois segundos lugares históricos, em 1975 e 1978. São esses momentos que o "Rato" relembrará ao TotalRace.
 
Falando de Miami, durante o fim de semana decisivo da Nascar no circuito de Homestead, Emerson - que dá nome a uma rua nos Estados Unidos - viaja 38 anos no tempo. Seu carro era a mítica Lotus preta; seu rival, o companheiro de equipe e amigo Ronnie Peterson, "o sueco voador".
 
A corrida foi vencida praticamente de ponta-a-ponta por Emerson. Mas, antes, precisou duelar nas primeiras voltas justamente com Peterson, o pole. “Eu lembro que foi muito difícil passar o Ronnie. Depois de passá-lo, fiquei em uma posição mais tranquila. O carro estava bem acertado. Houve uma mudança importante na época, de Firestone para Goodyear. Nós testamos de Goodyear no fim do ano de 72. Então estávamos muito bem para Interlagos. As duas Lotus.”
 
“Era o primeiro Grande Prêmio do Brasil válido por um Mundial. Cheguei no Brasil com muita pressão, pois eu era campeão mundial da temporada anterior. Isso criou uma pressão muito grande perante o público brasileiro, eu como campeão mundial tentar ganhar o GP do Brasil. Mas foi uma pressão muito positiva. A torcida era grande, patrocinadores, família, amigos, então foi espetacular, uma vitória marcante.”
 
Contudo, Emerson destaca um detalhe: “Uma coisa que foi muito importante, eu venci na Argentina. Eu cheguei com uma vitória, e foi uma vitória muito difícil, uma das mais difíceis da minha carreira, em 1973. Ou seja, cheguei como campeão mundial e com a primeira vitória do ano.”
 
O duelo com Peterson se repetiu no ano seguinte, em prova interrompida por conta da chuva. Já como piloto da McLaren, Emerson largou na pole, mas caiu para terceiro, atrás de Carlos Reutemann e do sueco, com quem travou um belo duelo pela segunda posição.
 
“O Ronnie sempre foi um piloto espetacular. Eu lembro que uma das melhores situações que já tivemos foi em Silverstone, naquela curva tradicional, a Woodcote, uma das mais rápidas da F-1. Muitas vezes o Ronnie vinha de lado. Ele era um piloto incrível", elogia. "Começou a chover, estava ruim e tivemos de parar, porque realmente daria aquaplane. Eu lembro que estava ficando bem ruim a pista.”
 
Depois de dois anos como protagonista, Emerson deixava de vencer o GP em 1975. No entanto, se colocou na história ao completar a primeira dobradinha brasileira na história da Fórmula 1, ao terminar atrás de José Carlos Pace, que hoje batiza a pista de Interlagos. Naquela corrida, Emerson largou mal e caiu de segundo para sexto, recuperando-se e recebendo a bandeirada a pouco mais de cinco segundos de Pace.
 
“O GP de 75 foi espetacular. Ter dois brasileiros em primeiro e segundo, fazendo dobradinha. O 'Moco' guiou uma corrida espetacular, ele largou em uma posição boa. Muita gente me pergunta até hoje se eu deixei ele ganhar. De jeito nenhum! Eu vinha no máximo da minha performance e ele realmente mereceu. Foi muita alegria ter os dois brasileiros no pódio, um em primeiro e o outro em segundo.”
 
Contudo, nenhum resultado deu tanto gosto a Emerson quanto o GP de 1978, o primeiro em Jacarepaguá. Sofrendo com o fraco desempenho da Copersucar Fittipaldi, a primeira equipe 100% brasileira da F-1, o bicampeão queria fazer bonito em casa. Mas o drama foi grande.
 
Seu carro quebrou na classificação e, com o reserva, conseguiu a sétima posição no grid. Na largada, pulou de sétimo para o quinto lugar. Com Ronnie Peterson e Gilles Villeneuve se enroscando, Emerson passou para terceiro e, com problemas de câmbio, Mario Andretti não resistiu à pressão do brasileiro, que terminou em segundo. 
 
Foi o melhor resultado da história da equipe brasileira, que fechou em 1983. “Em 78, para mim valeu como vitória a Coopersucar chegar em segundo lugar no Rio de Janeiro. Eu lembro que o público invadiu a pista. Foi uma festa muita grande.”

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