Engenheiro acredita em Renault forte na China

Brasileiro, que cuida dos motores da equipe francesa, espera novo bom resultado e explica teoria dos novos escapamentos na F-1

Heidfeld à frente de Ferrari e Red Bull em Sepang

Após dois Grandes Prêmios e dois pódios acumulados, a Renault começa a se entusiasmar. Ainda nos primeiros testes da pré-temporada, quando exibiu seu inovador escapamento, a equipe francesa dava mostras de que estaria forte. Porém, o acidente grave sofrido por Robert Kubica tirou o foco da performance do carro para a recuperação do polonês.

 
Com os terceiros lugares de Vitaly Petrov, em Melbourne, e Nick Heidfeld, em Sepang, conquistados por méritos, e não por obra do acaso, a Renault começa a acreditar que pode alçar voos mais altos.
 
Ricardo Penteado, engenheiro chefe dos motores da equipe, além de ocupar a função de engenheiro de motor do carro de Heidfeld, ficou encantado com a prova do alemão. “A corrida do Nick foi muito boa. Usamos a nova estratégia dos escapamentos na largada e acho que ajudou a aumentar a pressão aerodinâmica do carro. Sua manobra na primeira curva foi impecável”. Mas o que seria a nova estratégia citada? “Você não vai conseguir tirar isso de mim”, disse o brasileiro com sorriso estampado na cara.
 
Depois, sem entrar em detalhes, falou sobre a teoria do assunto. “Todo mundo sabe que o escapamento dá uma grande diferença na pressão aerodinâmica do carro. Todos estão correndo atrás para entender como o nosso funciona. É óbvio que tem uma grande diferença no consumo do motor. Então existem várias configurações. Antes da prova, calculamos quanto podemos oferecer ao piloto do 'super-downforce (pressão aerodinâmica)', quantas voltas usando da outra especificação. Há vários módulos de utilização do motor e a gente sabe qual é o ganho e a perda de tempo em uma volta. Fazemos a simulação para encontrar o melhor compromisso. E em Sepang nossa simulação foi perfeita”, celebra Ricardo Penteado.
 
Se na estreia Ricardo precisou de atenção máxima com o alto consumo de combustível, que quase comprometeu o pódio de Petrov, na Malásia o engenheiro pode ficar mais tranquilo. “Em termos de motor não houve qualquer problema. Foi uma corrida tranquila”.
 
O bom comportamento do carro em duas pistas de características tão distintas, leva o time a acreditar que andarão bem em todo o calendário. Em Xangai, no próximo domingo, a ideia é repetir o feito. “A China não é tão diferente da Malásia. Temos uma grande reta e a nossa asa traseira está funcionando bem. A temperatura estará baixa e o consumo de combustível será importante. Acho que brigaremos pela ponta, como na Malásia”.
 
Em Sepang, os termômetros “hibernavam” em temperaturas superiores aos 30 graus. Na China, faz frio nesta época do ano (na casa dos 10, 12ºC). O engenheiro chefe de motores da Renault dá uma aula aos leitores do TotalRace sobre o que o fato interfere no binômio motor/combustível.
 
“Na Malásia, pelo calor, a gente estava preocupado em não poder usar o combustível que tem mais performance de todos os que temos disponíveis na fábrica, porque esquentaria demais no tanque. Como na China não tem esse problema, poderíamos guardar o combustível para o resto da temporada. Outra diferença é o consumo. Quanto mais frio e mais denso é o ar, mais gasolina você pode colocar na câmara de combustão, porque você tem mais oxigênio entrando. Esse será um parâmetro importante, para sabermos quantas voltas poderemos usar na nossa estratégia de escapamento com pressão aerodinâmica máximo, quanto será em estratégia normal, se precisaremos poupar no final. Com temperatura baixa, haverá influência grande na estratégia para usar na corrida”.
 

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