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Pilotos reclamam de falta de consistência em aplicação de regras

Vítimas de decisões que consideraram injustas, Massa e Senna pedem transparência; Kovalainen diz saber o que pode ou não fazer

Ultrapassagem de Hamilton sobre Rosberg no Bahrein foi uma das manobras mais polêmicas da temporada

No futebol, raramente uma partida termina sem alguma decisão polêmica do juiz. Neste Mundial 2012 da Fórmula 1, a história tem sido a mesma, com várias punições discutíveis por parte dos comissários. Para os pilotos brasileiros, a falta de consistência nas punições torna difícil saber até que ponto se pode arriscar na luta por posições.

“Aconteceram muitas coisas diferentes de uma corrida para a outra, sem dúvida”, reconhece Felipe Massa, a respeito de punições distintas para o mesmo tipo de ação. “Até por isso, nossa vontade é sempre ter os mesmos comissários, porque, ao mudar, eles podem tomar decisões diferentes. Isso aconteceu comigo na Índia [em 2011] quando tive problema com Hamilton, não fiz nada de errado e fui punido”, reclama o piloto da Ferrari.

Os incidentes nas corridas são julgados por quatro comissários, que vão se alternando a cada etapa. Um deles é um ex-piloto, algo que a Federação Internacional de Automobilismo adotou a partir de 2010 justamente como tentativa de diminuir os problemas com as punições. Porém, como a F-1 prevê uma gama grande de penas, que vão desde multas até ganchos, as decisões continuam sendo polêmicas.

“O mais importante para o piloto é saber o que é possível e o que não é. Sempre tem alguns que têm mais problemas de que outros e não posso me colocar nesse grupo. Acho que é sempre importante analisar a cada corrida, se acontecer algo com você ou mesmo com os outros, o que aconteceu e qual foi a decisão dos comissários”, afirma Massa.

Bruno Senna já sentiu na pele o prejuízo de uma decisão contestável dos comissários, quando foi punido com um drive through (uma passagem lenta pelos boxes) após colisão com Kamui Kobayashi em Valência, no GP da Europa. Para o brasileiro, o problema é a subjetividade das regras.

“Claro que, dentro do carro, você sempre tem seu ponto de vista e está tentando explorar ao máximo o regulamento para tirar vantagem. Claro que às vezes você se dá bem, e às vezes, se dá mal. Em um mundo ideal, teríamos as punições sempre iguais, mas no automobilismo as condições nunca são preto e branco. Tem sempre uma área subjetiva e isso vai depender dos comissários.”

Heikki Kovalainen concorda que muitas das situações vividas neste ano foram incomuns e difíceis para que os comissários encaixassem nas regras existentes, mas garante que sabe o que pode ou não fazer na pista. “Para mim, pessoalmente, é muito claro o que posso ou não fazer. Acho que muitas punições que aconteceram foram situações incomuns e acho que é muito difícil para os comissários e o diretor de corrida preverem algumas dessas coisas. Temos de continuar trabalhando com a FIA e os comissários para melhorar no futuro, mas acho que a situação hoje não é ruim.”

O finlandês revelou que os pilotos tiveram uma “longa conversa” com o diretor de prova Charlie Whiting após o GP do Bahrein, quando Lewis Hamilton não foi punido por uma ultrapassagem pelo lado de fora da pista e Nico Rosberg saiu inocentado após jogar Fernando Alonso para fora da pista.

“Charlie nos explicou exatamente o que os comissários viram e por que eles agiram daquela maneira e os pilotos pediram alguns esclarecimentos de como agir em determinadas situações. Sempre conversamos e isso tem sido muito produtivo.”

Kovalainen revelou que os pilotos conversam entre si após os incidentes. “É normal, quando há algum incidente, falar com o piloto e normalmente encontramos uma solução – ‘o erro foi meu, foi nosso, ou de ambos’. E seguimos adiante. É muito bom que seja assim, porque competimos em alta velocidade, sem tempo para reagir, e essas coisas acontecem, então é bom conversar e deixar para trás.”

Durante as provas, também é costumeiro pedir que a equipe entre em contato com Whiting para verificar se existe alguma dúvida acerca da legalidade de certas manobras.

“Se algum piloto tem dúvidas a respeito do incidente, ele deve perguntar à equipe e eles entram em contato com os comissários. Se eu tiver certeza de que tive vantagem, já devolvo a posição eu mesmo, mas se não tiver certeza, pergunto à equipe e, pelo menos no meu caso, nunca tive problemas.” 

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