Análise

Polêmica com Pirelli pode ter aberto portas da F1 à Michelin

Segundo especialista do Motorsport.com, FIA está cada vez mais decepcionada com a fábrica italiana

Michelin man

Foto de: Michael Tan

Logo da Michelin no pit lane
Michelin Tyres
Pneus danificado da Mercedes AMG F1 W06 de Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 na segunda sessão de treinos
Paul Hembery, diretor da Pirelli Motorsport
Mecânico da Ferrari com pneus Pirelli
Paul Hembery, Pirelli Motorsport com sua assistente Ilaria Parolari
Pneus da Mercedes

Para aqueles que davam como certa a vitória da Pirelli em cima da Michelin, para ser a fornecedora oficial de pneus da Fórmula 1 a partir de 2017, é melhor esperar mais um pouco.

Segundo Adam Cooper, jornalista do Motorsport.com e um dos mais respeitados da categoria, a FIA não tem gostado muito do que viu nas últimas semanas.

"Fontes indicam que a FIA está cada vez mais decepcionada com a Pirelli", afirmou Cooper em análise publicada nesta quinta-feira.

Além disso, há divergência de escolhas entre o presidente da FIA, Jean Todt, e o manda-chuva da categoria, Bernie Ecclestone, da Formula One Management (FOM). Para Todt, a Michelin voltaria à F1, enquanto que Ecclestone manteria a fábrica italiana.

Cooper explica como funciona o processo de escolha em que somente as duas companhias estão participando. "A FIA avalia se os requerentes são candidatos adequados e passa as informações à FOM. Bernie Ecclestone entraria na história somente no fim, fazendo considerações comerciais."

A questão principal é que com tantos problemas nos últimos GPs, a Pirelli poderia perder força nas questões técnicas e de segurança, área em que a opinião da FIA seria importante, segundo o especialista.

Mesmo assim, ainda quando se discutia a culpa dos estouros dos pneus em Spa-Francorchamps, a FOM emitiu comunicado dando apoio à Pirelli. Perguntado pelo Motorsport.com se aquele era um sinal claro de que a fábrica ganharia a concorrência, Ecclestone não titubeou.

"É claro. Não os deixaremos ir a lugar algum, eles estão fazendo um grande trabalho. Disse a vocês há algum tempo que não gostaria de ter pneus que durassem toda a corrida. Eles fazem um ótimo trabalho, partindo daquilo que solicitamos", disse Ecclestone.

Cooper lembra também de que não será uma escolha fácil, já que a Michelin também traz suas condições:

"A Michelin fez especificações de que só entraria na F1 se o formato for alterado, com o aumento da largura das rodas. As equipes estão resistentes à ideia, já que isso significaria uma reformulação total do sistema de freios e suspensão", disse o jornalista.

Outro ponto abordado pelo jornalista é em relação à degradação dos pneus. Segundo Cooper, o desgaste máximo de um pneu da Michelin chegaria a 75%, com opção de 50%, com apenas um pit stop sendo o padrão de escolha.

Como argumento, ele trouxe a opinião do diretor da Michelin, Pascal Couasnon do comportamento da borracha em Le Mans.

"Eu diria que em Le Mans temos um show incrível com os carros utilizando a mais alta tecnologia e podendo dar 100% de si por todo o tempo."

Com todos os ingredientes postos, o especialista em Fórmula 1 do Motorsport.com deixou a bomba nas mãos de quem manda no esporte: "A decisão está agora nas mãos da FIA e Ecclestone."

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