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ANÁLISE: Pesquisa aponta piloto mais rápido e maior 'devorador' de companheiros de equipe da F1; entenda

Colaborador do Motorsport.com e ex-assessor de imprensa de Ayrton Senna, Charles Marzanasco Filho comparou resultados de companheiros de equipe entre campeões mundiais

James Hunt, Wolf Ford

Foto de: LAT Images

Os números não mentem. Levando esse ditado de forma literal para o automobilismo, não teria como discutir que Lewis Hamilton não seria o melhor piloto de todos os tempos da Fórmula 1. Tem sete títulos mundiais, o mesmo que Michael Schumacher, porém com números mais elevados em outros itens importantes, como número de vitórias, poles e pódios, entre outros.

Mas, se as estatísticas com números são tão verdadeiras assim, eu diria, com certeza, que o maior campeão de todos os tempos não é e jamais será o mais rápido da história da categoria em um ranking inédito que fiz comparando o desempenho de cada campeão contra os seus próprios parceiros, com o mesmo carro da equipe.

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Levei em conta apenas o resultado de tempo oficial nos treinos de classificação, onde o piloto só tem o objetivo de conseguir a melhor posição do grid de largada. Pior que neste ranking, o piloto inglês não fica, atualmente, nem entre os 15 melhores. Seu resultado final atual é o 16º lugar. Ele foi mais rápido do que seus parceiros em tomadas oficiais de 166 GPs, num total de 266 corridas, com índice de aproveitamento de 66,53%.

Quando comecei o ranking, provavelmente, até inspirado por aqueles bons comentários do Reginaldo Leme, ainda na TV Globo, que quase sempre apontava um resultado entre melhores tempos de treinos de classificação de dois pilotos da mesma equipe, eu não tinha visto ainda o da Fórmula 1, mas imaginava que o Ayrton Senna também seria o primeiro colocado. Como assessor dele, é claro, acreditava que nunca tinha perdido naquele tipo de contagem para nenhum outro parceiro.

Ayrton Senna, Lotus

Ayrton Senna, Lotus

Photo by: Motorsport Images

Minha única dúvida era em relação ao campeão Mika Hakkinen, que correu, ao lado dele, em apenas três oportunidades, no final daquela temporada de 1993. Mas tinha como certa a vantagem do finlandês na 1ª prova entre eles, em Portugal, quando foi o 3º colocado do grid e o Ayrton o 4º, com uma diferença de apenas 48 milésimos de segundo. Mas, no Japão, Senna foi 42 milésimos mais rápido e nas ruas de Adelaide, na Austrália, fez a pole, com a boa diferença de 735 milésimos de segundo sobre Hakkinen. Venceu por 2 a 1. Mesmo sendo um dos adversários mais difíceis do brasileiro, na mesma equipe, nos treinos de classificação, o finlandês foi bicampeão mundial, mas só foi 69,88% mais veloz do que seus parceiros, o que lhe deixa em 11º lugar da classificação final.

No meu ranking, eu deixei de lado todos os pilotos que não foram campeões mundiais e pude incluir todos aqueles que conquistaram títulos desde a primeira corrida da Fórmula 1, no dia 13 de maio de 1950, em Silverstone, na Inglaterra, vencida pelo italiano Nino Farina (Alfa Romeo), que também foi o primeiro pole position da Fórmula 1.

Mas, neste ranking dos pilotos mais rápidos de toda a história da Fórmula 1, o tricampeão Senna acabou ficando em 2º lugar, com um percentual de 88,75% (foi 142 vezes mais rápido do que seus parceiros em treinos classificatórios de 160 GPs), superando, inclusive, o seu maior ídolo da F1, o argentino pentacampeão Juan Manuel Fangio, 3º colocado, que foi 44 vezes mais veloz do que seus parceiros em 51 disputas (percentual positivo de 86,27%). Em quarto ficou outra lenda do automobilismo, o escocês Jackie Stewart, tricampeão, que foi mais rápido dos seus companheiros de equipe em 80 dos 89 GPs que disputou (80,81%), seguido pelo alemão heptacampeão Schumacher, que obteve 228 melhores tempos do que os parceiros, em 307 provas (74,27%).

Se você é um fã do incrível Hamilton e ficou decepcionado por ele não ter ficado nem entre os 15 mais rápidos, já deve estar muito surpreso com a revelação de que o de todos os tempos nos treinos de classificação deste ranking foi aquele piloto considerado como um dos mais festeiros da história da categoria: o inglês James Hunt. Levei um susto quando vi o seu resultado final: índice positivo de 91,14%, com 72 provas na frente de seus companheiros de equipes nos grids de 79 GPs. Hunt conquistou o seu único título mundial de 1976, quando estava na McLaren e foi favorecido pelo acidente do seu maior rival daquela época, o austríaco Niki Lauda, no GP da Alemanha.

James Hunt, McLaren

James Hunt, McLaren

Photo by: Motorsport Images

Em princípio, o vencedor do ranking também parece que foi um pouco beneficiado por não ter tido parceiros tão competitivos na mesma equipe, ao contrário do segundo colocado, Ayrton Senna e do próprio Hamilton, que foi o piloto que mais enfrentou outros campeões mundiais no mesmo time, justamente por sempre ter defendido grandes equipes desde a sua primeira temporada, em 2007. Naquele campeonato inicial na McLaren, o inglês correu com o bicampeão mundial Fernando Alonso e venceu o espanhol nos treinos oficiais, por 10 a 7. Ainda na McLaren, onde permaneceu por seis anos, foi mais rápido do que Jenson Button nas três temporadas com ele e, na Mercedes, perdeu apenas num dos quatro anos que enfrentou Nico Rosberg, mas sempre com resultados bem apertados na sua vantagem nos três demais.

Já James Hunt, só enfrentou na mesma equipe (a Hesketh-Ford) um campeão mundial, o australiano Alan Jones, em 1975, quando bateu nele por 4 a 0 nos treinos oficiais. Mas teve alguns companheiros que se destacaram, como o francês Patrick Tambay, que registrou 5 poles, 2 vitórias e 2 voltas mais rápidas na sua carreira de 114 largadas. Mas quando competiram juntos na McLaren, em 1978, Hunt o venceu por 15 a 1. Em relação a Ayrton Senna, o piloto brasileiro teve ao seu lado três campeões mundiais. O de maior peso foi o francês Alain Prost, que tomou nos dois anos que competiram de McLaren, em 1988 e 1989, o incrível placar de 14 a 2 nos treinos oficiais. Além de Hakkinen, que venceu por 2 a 1, Senna fez quatro poles seguidas na Williams, em 1994, superando o novo parceiro Damon Hill em todas.

Entre os campeões mundiais brasileiros, Nelson Piquet ficou em 10º lugar do ranking (71,50%), logo atrás de Jim Clark e na frente de Hakkinnen. O bicampeão Emerson Fittipaldi, está em honroso 15º lugar (66,67%), ficou atrás do francês Alain Prost, 14º e à frente, de Lewis Hamilton, o 16º. Só para termos uma ideia de como se saiu Rubens Barrichello, o maior nome do país sem títulos, ele ficaria em 23º lugar, na proporção positiva de 51,53%. Ainda entre os campeões, o que mais decepcionou no quadro final foi Nigel Mansell. Como teve sempre a fama de ser um piloto muito rápido, o “Leão” foi até manso demais na disputa com seus companheiros de equipes em treinos oficiais, ficando em 29º lugar entre os 33 campeões mundiais da história.

James Hunt, Hesketh Ford

James Hunt, Hesketh Ford

Campeões X Campeões na mesma equipe

Competindo contra um único campeão mundial na mesma equipe, Hunt não foi mais lento do que Alan Jones em nenhuma das quatro provas e ficou com 100% na outra avaliação entre campeões x campeões. O segundo lugar ficou para o bicampeão mundial Alberto Ascari, que alcançou o índice percentual de 93,33% (14 vezes mais rápido em 15 provas, sendo 13 a 1 contra o campeão Nino Farina, nas temporadas de 1952 e 1953, na Ferrari e 1 a 0 versus o britânico Mike Hawthorn, em 1954. O pódio do terceiro lugar ficou para o próprio Ayrton Senna, com 87,19% (34 com voltas mais rápidas em 39 GPs). Juan Manuel Fangio ficou em 4º lugar, com 84,12% e o 5º foi do escocês Jim Clark (83,33%).

Quem decepciona nesse ranking entre campeões nos mesmos carros é Michael Schumacher. Depois de ter enfrentado Nelson Piquet na Benetton em fins de 1991, quando o brasileiro estava praticamente se despedindo da F1, e o alemão fez um placar de 4 a 1 nos últimos cinco treinos oficiais daquele ano, o heptacampeão mundial Schumacher engoliu o mesmo veneno quando resolveu voltar à categoria em 2010, na Mercedes. Em três temporadas seguidas, em 58 GPs, perdeu para Nico Rosberg de 43 a 15. Assim, de 5º do ranking geral, caiu para 24º do ranking entre campeões.

Classificação geral piloto x piloto

 1) James Hunt – 72/79 - 91,14%

 2) Ayrton Senna - 142/160– 88,75%

 3) Juan Manuel Fangio – 44/51 – 86,27%

 4) Jackie Stewart – 80/99 – 80,81%

 5) Michael Schumacher – 228/307 – 74,27%

 6) Fernando Alonso – 233/314 – 74,20%

 7) Alberto Ascari – 23/31 – 74,19%

 8) Keke Rosberg – 81/110 – 73,64%

 9) Jim Clark – 51/71 – 71,83%

10) Nelson Piquet – 148/207 – 71,50%

11) Mika Hakkinen – 116/166 – 69,88%

12) John Surtees – 57/84 – 67,86%

13) Jochen Rindt – 41/61 – 67,21%

14) Alain Prost – 134/200 – 67,00%

15) Emerson Fittipaldi – 58/87 – 66,67%

16) Lewis Hamilton – 169/266 – 63,53%

17) Sebastian Vettel – 161/255 – 63,14%

18) Nico Rosberg – 127/206 – 61,65%

19) Jacques Villeneuve – 99/165 – 60,00%

20) Mario Andretti – 65/115 – 56,52%

21) Jack Brabham – 64/121 – 52,89%

22) Niki Lauda – 92/175 – 52,57%

Rubens Barrichello – 168/326 - 51,53%

23) Alan Jones – 41/81 – 50,62%

24) Denny Hulme – 56/111 – 50,45%

25) Damon Hill – 60/119 – 50,42%

26) Jody Scheckter – 42/86 – 48,84%

27) Graham Hill – 77/158 – 48,73%

28) Kimi Räikkönen – 160/330 – 48,48%

29) Nigel Mansell – 90/190 – 47,37%

30) Mike Hawthorn – 18/22 – 45,00%

31) Jenson Button – 138/311 – 44,37%

32) Phil Hill – 15/46 – 32,61%

33) Giuseppe Farina – 6/36 – 16,67%

Classificação campeão x campeão

1) James Hunt – 4/4 – 100%

2) Alberto Ascari – 14/15 – 93,33%

3) Ayrton Senna – 34/39 – 87,19%

4) Juan Manuel Fangio – 11/13 – 84,62%

5) Jim Clark – 15/18 – 83,33%

6) Jochen Rindt – 29/37 – 78,38%

7) Nico Rosberg – 79/114 – 69,30%

8) Alain Prost – 66/97 – 68,04%

9) Fernando Alonso – 50/77 – 64,94%

10) Sebastian Vettel – 55/81 – 63,42%

11) Lewis Hamilton – 92/153 – 60,13%

12) Mika Hakkinen – 3/5 – 60,00%

13) Jack Brabham – 23/39 – 58,97%

14) Jody Scheckter – 5/9 – 55,56%

15) Emerson Fittipaldi – 29/54 – 53,70%

16) Keke Rosberg – 23/46 – 50,00%

17) Damon Hill – 19/39 – 48,72%

18) Nigel Mansell – 34/71 – 47,89%

19) John Surtees – 10/21 – 47,62%

20) Nelson Piquet – 20/51 – 39,22%,

21) Jackie Stewart – 7/18 – 38,89%

Rubens Barrichello – 62/174 – 35,63%

22) Jenson Button – 39/111 – 35,14%

23) Jacques Villeneuve – 11/34 – 32,35%

24) Michael Schumacher – 19/63 – 30,16%

25) Graham Hill – 15/51 – 29,41%

26) Kimi Räikkönen – 29/100 – 29,00%

27) Niki Lauda – 10/44 – 22,73%

28) Mike Hawthorn – 2/12 – 16,67%

29) Giuseppe Farina  –  3/24 -- 11,11%

30) Denny Hulme – 4/37 – 10,81%

31) Mario Andretti – 1/10 – 10,00%

32) Alan Jones – 0/4 – 0%

33) Phil Hill – 0/5 – 0%

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