F1 - Brasileiro da Mercedes fala de adaptação a críticas de Hamilton: "Não é pessoal"

Em palestra na Unicamp, o brasileiro estragista da Mercedes, Leonardo Donisete, contou sobre a experiência de trabalhar na Fórmula 1 para os alunos de engenharia mecânica

Lewis Hamilton, Mercedes, 1st position, and Valtteri Bottas, Mercedes, 3rd position, celebrate on the podium with their team mate

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Em palestra na XXV Semana de Engenharia Mecânica da Unicamp (SEMEC), Leonardo Donisete, ex-aluno da universidade e estrategista sênior de corrida na Mercedes, falou sobre uma questão com a demorou para se acostumar na Fórmula 1: receber críticas dos pilotos, especialmente no rádio durante as corridas.

Por ser um esporte que envolve a participação de muitas pessoas -- segundo Donisete, cerca de mil e duzentas pessoas trabalham no carro de F1 da Mercedes, havendo ainda a equipe que trabalha no motor, já que a marca também produz essa parte --, é comum receber comentários sobre o trabalho, mas as falas nem sempre são tão amigáveis e não vêm individualmente. Um exemplo foi no GP da Holanda, em que Hamilton expressou no rádio o descontentamento com a estratégia

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Leonardo Donisete -- ou "Charlinho", como era chamado na época que estudava na Unicamp --, que está na Mercedes desde 2017, no departamento de estratégia, disse que demorou um pouco para se acostumar com isso. 

"Quando você trabalha com piloto, eles não têm receio em te dizer que alguma coisa está errada ou que você fez alguma coisa errada ou que você não aproveitou a oportunidade, etc. Às vezes vocês escutam isso até no rádio, quando o Hamilton diz que a estratégia fez 'm'. Volta e meia acontece."

"Mas eu acho que, trabalhando nesse ambiente, você entende que a crítica é unicamente ao seu trabalho, não é uma crítica pessoal. E quando o piloto te diz que você fez cagada, ele não está questionando a sua capacidade, é unicamente um fato. Você não escolheu a melhor opção. O único interesse dele é como que a gente vai melhorar para não cometer esse erro no futuro."

"É uma coisa que leva um pouco de tempo para você acostumar, você tem uma pessoa na sua frente dizendo 'isso aqui não é bom o suficiente, você tem que melhorar' e você precisa entender que isso não é uma crítica pessoal, é uma crítica unicamente a aquele pedaço específico da conclusão que você teve", concluiu o engenheiro da Mercedes, que, embora diga que não gosta de aparecer publicamente, sorriu e agradeceu quando um aluno da plateia disse que ele entrou no curso de engenharia na Unicamp depois que o viu no pódio no GP de São Paulo em 2021.

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