F1: Entenda por que algumas curvas do circuito de Miami estão "no limite do design"

Engenheiros responsáveis pelo projeto ainda falam sobre as precauções com a segurança no local, devido à proximidade da pista com a estrada

Miami track overview

Miami track overview

Charles Bradley

A empresa britânica Apex Circuit Design é a responsável pelo palco do GP de Miami de Fórmula 1 neste fim de semana, um circuito anti-horário com 5.41km de extensão ao redor do Hard Rock Stadium. E segundo os arquitetos do projeto, uma sequência de curvas tecnicamente muito exigente em termos de construção estão "no limite do design".

O trecho mais sinuoso é entre as curvas 13 e 16, que fica entre as rampas de entrada e saída e sob as seções do viaduto da Florida Turnpike, a principal estrada com pedágio entre Miami e Orlando e a NW 203rd Street.

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A expectativa é que a pista produza uma velocidade média de volta de cerca de 217 km/h, e essa seção de baixa velocidade vem antes de uma reta de 1,28km de extensão, com os pilotos chegando a 320 km/h, antes do hairpin na curva 17.

A chegada à curva 17 deve ser o principal ponto de ultrapassagem, e o efeito de compressão da sequência das curvas 13 a 16 devem garantir que os pilotos andem próximos entre si na reta.

O regulamento da FIA em relação à liberação de estruturas suspensas para a superfície da pista significa que o layout precisa mergulhar abaixo dos dois viadutos, logo após subir 3,3 metros para cruzar a rampa de acesso à Southbound, criando um cume na chicane das curvas 14-15 que punirá severamente qualquer tipo de erro.

Miami track Turn 15 during build process

Miami track Turn 15 during build process

Photo by: Charles Bradley

"Toda essa sequência foi um desafio real de engenharia", disse o engenheiro que liderou o projeto de design na Apex, Andrew Walls.

"O design conceitual de Clive Bowen [fundador e diretor da Apex] nos forçou a encaminhar a pista por essa zona e, para chegarmos abaixo do primeiro viaduto, tivemos que cumprir o regulamento da FIA, que exige pelo menos quatro metros de folga, mas como tivemos que nos conectar aos níveis da estrada de acesso à Turnpike, que tem uma queda cruzada de 7%, a superfície da nossa pista estava subindo exatamente no ponto em que precisávamos que ela estivesse caindo".

"Há também uma norma na F1 sobre a taxa de mudança de elevação ligada ao quadrado da velocidade do carro, então esse design basicamente enfia a agulha em três dimensões para garantir que os carros andem devagar o suficiente para alinhar com a cambagem de cruzar e depois voltar sob o viaduto".

"Criamos uma sequência de curvas bastante dramática, com uma chicane afiada, que tem uma velocidade mínima de 80 km/h no projeto para atender à regulação da taxa de mudança, e que é também completamente cega para os pilotos por causa da mudança de elevação. Simulamos mais de 10 versões de design aqui para obter a geometria 2D e 3D necessária para a definição".

"Estamos no limite do design nesta área. Neste local, tivemos que instalar barreiras contra detritos atrás da barreira, porque na frente não havia espaço para colocá-las".

Toda essa seção da pista vem após uma curva 11 apertada para a esquerda, que sai em um trecho mais fluido para a direita antes da 12, que é fora da cambagem, o que deve criar por si só um desafio, já que os carros chegam sob uma forte carga.

"Acho que a sequência entre a 11 e a 16 apresenta ótimas curvas, e espero que os pilotos achem desafiadoras com os novos carros. Eles terão que se preparar enquanto passam pela anterior, à direita, então não apenas você não vê a trajetória como também terá uma carga lateral no carro durante a frenagem, enquanto detecta o ápice tarde para fazer a curva. Na classificação, acho que será um local decisivo para o tempo de volta".

"Sem dúvidas essa é a parte mais desafiadora da pista. Isso leva à reta maior, então qualquer erro em potencial pode implicar no tempo em que os pilotos levam para atingir a curva 17, e deve promover oportunidades de ultrapassagem".

A estrada Turnpike, fica a menos de 25 metros da pista neste ponto, e essa área será inacessível ao público, com apenas os fiscais por ali.

Sam Worthy, diretor de projeto da Apex acrescentou: "Ter a Turnpike tão próxima, para proteger os carros de corrida e os fiscais, estamos erguendo barreiras e telas ao longo da fronteira para que os pilotos na Turnpike não sejam distraídos pelo que está acontecendo. Isso foi um ponto fundamental para nós, garantir uma corrida segura para todos".

"Como não há espaço para arquibancadas ou espectadores ali, a F1 se empenhou para preencher essa área com câmeras para garantir múltiplos ângulos de visão, já que sabemos que haverá muita ação ali".

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