F1: Honda revela segredos do motor de 2021, que permitiu à Red Bull bater de frente com Mercedes

Chefe de desenvolvimento de motores da montadora japonesa deu uma explicação detalhada das novidades introduzidas em 2021

Sparks trail behind Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

Após a primeira vitória na temporada com Max Verstappen em Ímola, a Honda deu uma incomum visão bastante detalhada sobre o desenvolvimento de sua unidade de potência de 2021 na Fórmula 1.

O motor de 2021 da Honda, chamada RA621H, é visto por muitos no paddock como a unidade de potência mais forte do grid atual, com o ritmo de classificação de Pierre Gasly com a AlphaTauri seguindo a boa performance da Red Bull.

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Um grande pacote de mudanças que estavam no sistema haviam sido adiadas para 2022 originalmente, mas após a decisão da montadora de encerrar seu envolvimento com o esporte mais cedo, a Honda acabou decidindo adiantar o projeto para este ano.

Isso representou um grande compromisso da Honda, já que a decisão pela saída ao final de 2021 foi anunciada apenas em outubro do ano passaodo.

"O plano original era de implementar essa nova estrutura de unidade de potência em 2021", disse Yasuaki Asaki, chefe de desenvolvimento de motores da Honda.

"Mas, por diversas razões, foi decidido não dar sequência ao novo motor. Mas, a mentalidade acabou mudando quando a Honda anunciou que deixaria o esporte. Fui até o presidente [Takahiro Hachigo] e disse a ele que gostaria de implementar essa estrutura em nosso último ano no esporte. E ele aceitou o pedido".

Asaki destacou que as mudanças no layout da unidade de potência eram tão significativas que uma grande quantidade de trabalho foi necessária.

"Nunca seria uma tarefa fácil, devido ao tamanho das mudanças feitas à arquitetura da unidade de potência. Primeiro, mudamos o layout do eixo de comando, tornando-o muito mais compacto e também rebaixamos sua posição, deixando-o mais próximo do chão".

"O ponto principal por trás dessas mudanças era melhorar a eficiência da combustão. Para isso, tivemos que mudar o ângulo da válvula e, para isso, tivemos que mudar o eixo de comando".

"Também tivemos que tornar a cobertura do motor mais baixa e compacta, o que significa que o fluxo de ar tornou-se muito melhor. Também baixamos o centro de gravidade do motor de combustão interna".

"Outra coisa que mudamos é o diâmetro, tornando o motor menor. No motor antigo, montado na transmissão, tínhamos também uma compensação de margem, em que a margem esquerda era ligeiramente deslocada da margem direita. Então, o que fizemos foi reverter esse deslocamento no novo motor, para que a margem direita fique para a frente e a esquerda mais atrás".

Engine cylinders head covers

Engine cylinders head covers

Photo by: Honda

Asaki disse que a Honda precisou lidar com todos os parâmetros chave para se manter competitiva em comparação às rivais.

"Outro ponto que tivemos que pensar é o fato de que a eficiência de combustão precisava melhorar. E o resultado do eixo de transmissão melhorou. Devido às regras da física, a quantidade de energia que pode ser armazenada mudou, e isso significa que a quantidade de energia de exaustão foi reduzida".

"Então, comparado à recuperação que tínhamos no ano passado, o que temos que fazer é aumentar a quantidade de saída do virabrequim e, ao mesmo tempo, garantir que haja um bom nível de saída e temperatura de exaustão".

"Então, tivemos um grande número de objetivos diferentes de desenvolvimento, e acreditamos que conseguimos cumprir todos".

A ajuda da Red Bull Technology ajudou a garantir que nada passasse sem uma checagem completa.

"Acredito que conseguimos implementar tudo que buscávamos para competir com a Mercedes. Tivemos uma grande cooperação da Red Bull para garantir que consigamos tirar o máximo desse motor compacto".

"Essa é a primeira vez que chegamos ao ponto de mudar a própria estrutura da unidade de potência. Acho que o maior desafio que tínhamos na época com a McLaren, quando fizemos grandes mudanças ao MGU-H, foi mudar o posicionamento do compressor e da turbina em relação ao banco em V".

Com relação ao esforço necessário de sua equipe e da Honda como um todo, Asaki acrescentou: "Reconheci, de certo modo, que era um objetivo incrivelmente desafiador".

"Mas acho que nossos engenheiros tinham a compreensão de que sim, temos apenas um ano pelo caminho, mas ainda tínhamos um ano inteiro, e que poderíamos fazer algo com aquele tempo. Eles deram o seu melhor com o tempo que tínhamos".

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