Fim da maldição: Título da Stock Car faz Rubinho apagar passado doloroso em Interlagos

Piloto da Full Time conquistou o bicampeonato da Stock no circuito que mais ama, mas que não possuía um bom retrospecto

Rubens Barrichello

Foto de: Duda Bairros

Oito anos depois, Rubens Barrichello volta a ser campeão da Stock Car Pro Series. O piloto, de 50 anos, que faz parte do time TOYOTA GAZOO Racing, voltou a brilhar no último domingo, obtendo pontos importantes na Super Final para garantir o tão sonhado bicampeonato. E, com ele, o fim de uma escrita dolorosa que o paulista tinha com o Autódromo de Interlagos.

Barrichello nunca escondeu o fato de que considera Interlagos seu grande amor no mundo do automobilismo. Ainda criança, passava os dias na casa de sua avó, Dona Izaura, que morava ao lado do circuito, acompanhando as diversas competições que passavam por lá, sonhando com o dia que sua vez chegaria.

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No final dos anos 1980, Barrichello fez a troca do kart pelos monopostos, e passou a correr em Interlagos. Foi nessa época que ele obteve sua última vitória no circuito paulista, em 1990, quando corria pela Fórmula 3 Sul-Americana, pouco antes de ir para a Europa em busca de realizar o sonho de competir na Fórmula 1.

Já correndo pela Jordan, Barrichello fez sua estreia como piloto de F1 em Interlagos em 1993. Largando da 14ª posição, sua corrida durou pouco, acabando na 13ª volta devido à problemas de câmbio. A partir daí começava uma sequência dolorosa para Rubinho, com chances de vitória que escaparam de suas mãos de forma dolorosa.

Nos sete primeiros anos na F1, em suas fases de Jordan e Stewart, Barrichello acumulou seis abandonos e apenas uma presença na zona de pontos: 1994, quando foi quarto colocado. Em 2000, sua chegada à Ferrari reanimou as esperanças do brasileiro, que se viu em condições de lutar por vitórias em casa.

Mas os resultados não vieram, com novos abandonos em 2000 (problema hidráulico), 2001 (batida) e 2002 (novamente problema hidráulico).

Em 2003, a sorte finalmente parecia que iria sorrir para Barrichello. Em uma classificação emocionante, conquistou a pole position em casa, ficando apenas 0s011 à frente de David Coulthard, em segundo.

Mas, na corrida, tudo mudou. O piloto da Ferrari vinha liderando com folga, mas um erro de cálculo da Ferrari causou uma pane seca em seu F2002, levando a mais um abandono, considerado por ele um dos mais dolorosos de sua carreira.

No ano seguinte, fez mais uma pole, mas acabou a corrida em terceiro, seu melhor resultado em Interlagos na F1. Após a saída da Ferrari, Barrichello bateu mais uma vez na trave em 2009, largando em primeiro mas terminando apenas na oitava posição.

Após sua despedida da F1, no GP do Brasil de 2011 quando terminou em 14º, Barrichello voltou a competir em Interlagos já como piloto da Stock Car, onde fez sua estreia em 2013. E mesmo na principal categoria do automobilismo nacional, a sorte não sorria para ele em Interlagos.

Antes das provas do último domingo (11), Barrichello totalizava 21 largadas na Stock, sem nenhuma vitória e tendo como melhor resultado um segundo lugar na Corrida do Milhão de 2016 após uma bela briga com Felipe Fraga, terminando a menos de meio segundo do tocantinense, que faturou o título daquele ano.

Mesmo sem vencer nenhuma das provas da Super Final da Stock Car, Barrichello teve duas performances sólidas no domingo, indo ao pódio na primeira corrida e se recuperando de uma rodada na largada para terminar em 11º na segunda.

O piloto da Full Time ainda aproveitou o abandono de Daniel Serra e a exclusão de Gabriel Casagrande para garantir o título com 16 minutos restantes de prova. Emocionado após o fim da corrida, Barrichello destacou que, mesmo sem vencer, o título faz com que Interlagos "zere a dívida" que tinha com ele.

“Largada de Stock Car, eu entendi depois do meu primeiro ano que é meio como uma pelada. Entrar três nunca dá muito certo. Mas a verdade é que eu me posicionei por fora e me assustei quando vi um [carro] amarelo vindo pra cima. Mas eu tinha o meu espaço. Depois eu vi que ele tinha rodado”.

“O dia que é pra ser, é pra ser. Eu disse ao Daniel que sentia muito por isso ter acabado dessa forma. Porque a gente nunca quer que aconteça dessa forma”.

“Mas hoje eu posso ter a gratidão de que Interlagos está devolvendo um grande pedaço meu. Pra gente zerar as contas. Eu sempre amei Interlagos e Interlagos sempre me amou. Essa é a realidade”.

“Mas houve alguns pormenores, especialmente 2003, quando eu estava nessa condição e eu vi meu carro ‘ligar’ quando meu carro ficou sem combustível. Essa foi uma que doeu. E hoje ela está sendo zerada”.

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