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Gasly: Temporada 2019 "não mudou meu relacionamento" com Red Bull

Pierre Gasly sabe que deve à Red Bull por ter chegado na F1 e continua trabalhando para ter sua chance novamente.

Pierre Gasly, AlphaTauri AT01

Foto de: Andrew Hone / Motorsport Images

Rebaixado pela Red Bull no verão passado, Pierre Gasly insiste na importância de transformar qualquer momento negativo em uma força para o futuro. Depois de seis meses particularmente complicados na equipe principal, foi isso que ele decidiu fazer quando se sentou na Toro Rosso, após perder a vaga para Alex Albon, até conquistar seu primeiro pódio na Fórmula 1 em um épico GP do Brasil.

Quando a equipe austríaca tomou a decisão de substituir o francês por Albon em agosto, houve muitos comentários, mas Gasly, embora não escondesse sua decepção, não focou no ressentimento.

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Em particular, não prestou atenção ao que foi dito nas redes sociais. Porque, se a atitude abrupta da Red Bull foi criticada - embora não seja nova em termos de gerenciamento de pilotos -, Pierre Gasly também sabe o que deve à empresa, que continuou confiando nele.

"Acho que as pessoas julgam sem ter todas as informações", disse Gasly em entrevista à revista Racer. "Como piloto, não posso falar, há coisas que devem permanecer confidenciais. Às vezes as pessoas estão erradas, mas são as opiniões delas e, da minha parte, eu sei o que tenho que fazer e sempre tento me aperfeiçoar, procurar áreas em que possa progredir".

"Esta é a única coisa que tentei quando estava na Red Bull e não mudei de abordagem quando voltei para a Toro Rosso. Existem razões pelas quais funcionou lá e tivemos um bom final de temporada. Algumas dessas razões foram ditas, outras não, mas infelizmente as pessoas têm seu próprio julgamento e eu tenho que aceitá-los".

"Meu contrato é com a Red Bull e foi graças a eles que à F1. O que aconteceu durante esses seis meses não muda meu relacionamento e o que eles fizeram por mim. Haviam problemas, dificuldades, coisas que poderiam ter sido consertadas e, se tivéssemos que fazer tudo novamente, muitas coisas seriam diferentes".

"Ao mesmo tempo, ainda estou sob contrato com eles. conversamos sobre coisas que não deram certo, mas não cabe a mim ir à imprensa e dizer: 'Isso estava errado, isso foi um erro'".

"As pessoas esquecem facilmente o que você fez ..."

Pierre Gasly, AlphaTauri

Quando a temporada 2020 começar, será a terceira campanha completa de Gasly na F1. Agora ele vai defender as cores da "nova" AlphaTauri, mas os objetivos continuam os mesmos. E não esquece dos obstáculos enfrentados antes de chegar à categoria.

"Na minha vida, desde que era muito jovem, as pessoas me diziam: 'É impossível que você vá para a F1. Existem apenas 20 pilotos na F1, por que tentar?'. Eu sempre consegui transformar esses pensamentos e energia negativos em algo positivo, gerando, motivação e força de vontade. Sempre gero algo mais forte que essa energia negativa".

"Vi comentários, mas prefiro não focar nisso. Sempre me acostumei a viver com essas coisas. Quando você é atleta de alto nível, especialmente no mais alto nível do esporte, você sempre é julgado por tudo o que faz. As pessoas esquecem facilmente o que você fez pela equipe. e por que você está aqui, sempre julgam pelo desempenho mais recente ".

Relembre a dança das cadeiras da Red Bull ao longo dos anos

Pierre Gasly estreou na Red Bull em 2019, após boa temporada com a Toro Rosso.
Campeão da GP2 em 2016, o francês ficou a meio ponto de conquistar a Super Fórmula em 2017. Naquele ano, estreou pela Toro Rosso, substituindo Daniil Kvyat no GP da Malásia.
Depois de um bom 2018 com a Toro Rosso, Gasly foi promovido. Entretanto, o francês não convenceu na Red Bull e foi rebaixado para dar lugar a Alexander Albon a partir do GP da Bélgica. A troca é a última de uma histórica dança das cadeiras entre equipe principal e júnior na F1.
A primeira 'troca' do grupo aconteceu antes mesmo da criação da Toro Rosso. Foi em 2005, na primeira temporada da Red Bull. Companheiro do escocês David Coulthard, o austríaco Christian Klien foi substituído pelo italiano Vitantonio Liuzzi em quatro GPs na metade do ano.
Em 2006, na primeira temporada da Toro Rosso na F1, Liuzzi fez dupla com o norte-americano Scott Speed (direita). Na Red Bull, Coulthard seguiu tendo Klien como parceiro, mas o austríaco foi substituído pelo holandês Robert Doornbos a quatro provas do fim do ano.
No ano seguinte, o australiano Mark Webber foi contratado para correr ao lado de Coulthard na Red Bull.
2007 foi um ano cheio de mudanças na Toro Rosso. Speed deixou a equipe depois de um ano e meio, após discutir com o chefe da escuderia, Franz Tost, no GP da Europa.
Com a saída de Speed, um jovem chamado Sebastian Vettel assumiu a vaga. A então promessa alemã havia estreado pontuando com a BMW nos Estados Unidos. Vettel disputou as últimas sete corridas de 2007 com a STR, chegando em quarto na China, enquanto Liuzzi foi o sexto.
Na temporada seguinte, Coulthard e Webber seguiram como pilotos titulares da Red Bull.
Liuzzi deu lugar ao francês Sebastien Bourdais na Toro Rosso em 2008. Já Vettel conquistou sua primeira vitória, e a única da equipe, ao triunfar no GP da Itália.
Em 2009, Coulthard se aposentou e Vettel foi promovido.
Quem assumiu a vaga do alemão na Toro Rosso foi o suíço Sebastien Buemi, novo companheiro de Bourdais.
O francês, porém, não rendeu como o esperado e acabou substituído no meio da temporada. Quem assumiu foi o espanhol Jaime Alguersuari.
Alguersuari e Buemi foram companheiros por duas temporadas e meia, entre os anos de 2009 e 2011.
Para 2012, entretanto, a Toro Rosso dispensou a dupla. Os substitutos foram Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne. Buemi seguiu como piloto de testes na Red Bull e mais tarde rumaria para a Fórmula E, na qual tem um título. Alguersuari largou o automobilismo e hoje se dedica à carreira de DJ.
Em 2014, Webber se aposentou e foi substituído por Ricciardo na Red Bull.
Com isso, Kvyat assumiu o posto de piloto da Toro Rosso ao lado de Vergne.
Em 2015, Vettel foi para a Ferrari e foi substituído por Kvyat. Já Vergne foi dispensado e também foi para a F-E, na qual é o atual bicampeão.
Com as saídas de Kvyat e Vergne, Max Verstappen e Carlos Sainz assumiram as vagas da Toro Rosso. Eles foram companheiros durante um ano e meio.
Em maio de 2016, Verstappen foi promovido para a Red Bull e venceu logo em sua primeira corrida, na Espanha. Kvyat, em má fase, foi rebaixado para a Toro Rosso.
Em 2017, Ricciardo e Verstappen seguiram na Red Bull. Eles foram companheiros até o fim de 2018.
Kvyat conseguiu manter sua vaga na Toro Rosso em 2017, mas foi amplamente batido por Sainz. Gasly, então, assumiu a vaga do russo. Sainz se transferiu para a Renault antes do fim do ano, sendo substituído pelo neozelandês Brendon Hartley.
Hartley e Gasly se mantiveram na equipe em 2018. No fim do ano passado, porém, o anúncio da ida de Ricciardo para a Renault provocou novas mudanças.
Gasly foi o escolhido para a vaga do australiano, enquanto Hartley foi dispensado e foi para a Ferrari como piloto de simulador, antes de assinar pela Dragon na F-E e correr no WEC. Em seus lugares, a Toro Rosso contratou Albon e Kvyat, que recebeu nova chance na F1.
Na terceira passagem pela Toro Rosso, o russo conquistou o segundo pódio da história da equipe. Ele terminou em terceiro no GP da Alemanha. Não foi o suficiente, porém, para se credenciar a um retorno para a Red Bull.
A contratação de Albon pela Toro Rosso também teve suas complicações. Ele tinha acabado de assinar com a Nissan na F-E, mas voltou atrás para aceitar a proposta da STR.
O novato tailandês tomou o posto de Gasly na Red Bull a partir do GP da Bélgica, ao passo que o francês retornou para sua ex-equipe após 12 provas fracas pelo time principal.
Para 2020, a Red Bull manteve suas duplas de pilotos da temporada passada: Max Verstappen e Alexander Albon continuam com a Red Bull...
... enquanto Pierre Gasly e Daniil Kvyat continuam como uma dupla, só que agora na AlphaTauri, novo nome da Toro Rosso.
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