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Impacto da crise do Covid-19 nas equipes da F1 será algo "difícil" de prever

Frédéric Vasseur, chefe da Alfa Romeo, acredita que não é possível prever o impacto do Covid na F1, com as equipes em meio à conversas para cortes de gastos

Antonio Giovinazzi, Alfa Romeo Racing C39

Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images

A pandemia do Covid-19 forçou a Fórmula 1 a cancelar ou adiar as oito primeiras corridas da temporada até o momento, com ainda mais eventos podendo cair enquanto o mundo tenta controlar a disseminação do vírus.

A falta de corridas deixou as equipes em um grande gargalo financeiro, e preocupações com uma queda na entrada de verbas vindas dos direitos comerciais e patrocínios pairam sobre o grid.

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Medidas de emergência, como fechamento imediato das fábricas e o adiamento das regras de 2021 já foram adotadas, mas ainda podem não ser suficientes para evitar os riscos de algumas equipes sofrerem para se manter.

Em uma entrevista exclusiva com o Motorsport.com, o chefe da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur, afirmou que a dificuldade para todas as equipes é a incerteza sobre como ficarão as coisas nos próximos meses.

"O problema é que não sabemos qual é a real profundidade da crise", disse. "Não sabemos se poderemos começar em Montreal ou não".

"É difícil ter um entendimento claro de qual será a situação e qual será a temporada que teremos hoje. Estamos sofrendo para construir uma temporada forte e decente, mas não sabemos".

"No fim, é difícil para nós imaginarmos qual será o impacto nas equipes. Temos que ser reativos. Estamos trabalhando para definir os planos e tentando bolar um plano B, um plano C e todas as letras do alfabeto".

"Temos em entender que as decisões tomadas pelas autoridades são ainda mais importantes agora e temos que lidar com a situação como ela está".

A McLaren já confirmou um plano de contenção de gastos que envolve a diminuição de salários por todos os setores e com funcionários sendo dispensados até o final da crise. Mas, Vasseur acha que todas as equipes - incluindo as de montadoras - serão colocadas sob intensa pressão por causa da crise.

Quando perguntado se ele achava que as equipes oficiais podem sofrer também neste período, ele disse: "Em primeiro lugar, estou mais focado na minha situação do que nas das grandes equipes".

"Eu não sei qual é a situação deles exatamente, mas acho que será a mesma para todos. Todas as montadoras estão enfrentando a crise. A Red Bull provavelmente está vendendo menos latas que no ano passado, já que todos os bares do mundo estão fechados".

"A crise é para todos. Mas temos que reagir. E temos que reagir coletivamente. Não é para saber quem será o mais afetado ou o menos, mas para encontrar soluções. Nós somos afetados coletivamente e temos que encontrar uma reação forte e focar em algo muito sólido".

Vasseur afirmou que a Alfa Romeo conversou com seus patrocinadores sobre a situação e concordou que as coisas estavam difíceis para qualquer um aceitar.

"Estamos em contato com os patrocinadores", explicou. "Com certeza, ninguém está feliz com a situação atual. Meu negócio e meu trabalho e minha paixão é correr. Não é ficar em casa".

"Apesar de eu amar minha família, não quero ficar em casa por seis meses! Mas, no fim, temos que entender a situação e pensar nos patrocinadores, eles também precisam lidar com outras crises além do patrocínio".

"Estamos em contato com eles e estamos tentando explicar a situação e o fato de que estamos trabalhando em um calendário decente, para voltar logo que possível. Mas ainda estamos um pouco cegos nesse ponto".

Confira como o coronavírus tem afetado o calendário do esporte a motor pelo mundo

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos, Argentina, Espanha e França também foram suspensas, com adiamento. No momento, o GP da Itália é o primeiro da temporada.
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram suspensos.
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado. Poucos dias depois, o GP do Azerbaijão também foi adiado. No momento, o GP do Canadá está marcado para ser o primeiro da temporada, no meio de junho
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar as férias de verão.
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022. Mas, segundo Christian Horner, há um movimento para adiar em mais um ano, para 2023, em preparação ao impacto que o Covid-19 terá na economia mundial
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada.
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato de 2020 começa com o GP de Indianápolis, no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway.
Ainda não há nada definido sobre as 500 Milhas de Indianápolis.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas as atividades só voltarão a partir de 3 de maio, com a etapa de Martinsville no dia 9.
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas. Etapas do Velopark e Londrina também foram adiadas.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e aguarda novas diretrizes para retomar o campeonato.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
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