Entenda como Márquez pode fazer mais ‘estragos’ na MotoGP

Ao cruzar a linha de chegada na primeira posição no GP da Tailândia, de maneira espetacular, após superar o novato Fabio Quartararo na última curva, Marc Márquez colocou em seu bolso mais um título da principal categoria da motovelocidade mundial. Mais do que o feito em si, que dispensa grandes explicações, Márquez deu prosseguimento a uma carreira impressionante não só nas motos, mas no esporte a motor, como um todo.

Com boa parte dos campeonatos de 2019 entrando na reta final, Márquez se destaca como tendo a campanha mais dominante. A Mercedes e Lewis Hamilton pareciam brigar pelo feito, mas a segunda metade da F1 vê justamente uma ligeira queda do time alemão, apesar do sexto título do inglês estar próximo também.

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Uma categoria que tem tamanha dominância é o Mundial de Endurance (WEC), com os dois carros da Toyota, mas a avaliação se perde pelo fato do esquadrão japonês não ter adversários a altura, e compete na LMP1 praticamente sozinha. Outro que poderia ser comparado a Márquez em 2019 é o dinamarquês Fredrik Vesti, que venceu nada menos do que 12 vezes em 21 corridas da Fórmula Regional Europeia (a antiga F3), mas como se trata de uma categoria de acesso, há especificidades que não podem ser colocadas no mesmo patamar dos feitos do espanhol.

Dentro de seu próprio quintal, Márquez tem atualmente 325 pontos no campeonato e terá mais quatro provas para chegar ao recorde de seu atual companheiro de equipe, Jorge Lorenzo, que na temporada de 2010 conseguiu somar incríveis 383. A contar pelo desempenho deste ano, 58 pontos de margem parecem muito pouco. Exceto pela queda no GP das Américas, em Austin, todos os resultados de Márquez o colocaram entre os dois primeiros, com direito a nove vitórias.

Este seria mais um recorde para Márquez chamar de seu, já que atualmente ele é o mais jovem a vencer uma corrida na categoria rainha, o mais novo campeão, o mais jovem a vencer nas três principais divisões da motovelocidade, além de já ter o recorde de poles (61) e ser o mais jovem a chegar a 100 pódios. Atualmente, Márquez é o quarto na contagem de vitórias, com 53. Valentino Rossi lidera neste quesito, com 89 triunfos.

Mas um recorde que é esperado que Márquez quebre é o de número de títulos da MotoGP. Giacomo Agostini tem oito feitos e Rossi sete. Com a confirmação do campeonato de 2019, o piloto da Honda é o mais jovem a chegar à sexta coroa. Agostini era o detentor desta marca, com 29 anos e 25 dias de vida, enquanto que Márquez tem 26 anos e 231 dias.

World Champion Marc Marquez, Repsol Honda Team celebrates

Photo by: Gold and Goose / LAT Images

Quem pode pará-lo?

Com Valentino Rossi na reta final de sua carreira, após a Yamaha passar por anos difíceis, com a Ducati ainda tendo dificuldades em determinadas pistas do calendário da MotoGP e Jorge Lorenzo, mesmo contando com a mesma moto que Márquez, mas com sérias dificuldades de adaptação, o espanhol parecia ter caminho livre na busca da quebra dos recordes que lhe faltam no esporte.

Mas, para aqueles que buscam ver o campeonato da MotoGP ser definido na última etapa, em Valência, as esperanças recaem no piloto ‘derrotado’ por Márquez neste domingo, Fabio Quartararo. O jovem francês, de 20 anos, que conquistou quatro poles em 2019 e chegou perto da primeira vitória, é o grande nome que pode rivalizar com o espanhol nas próximas temporadas.

Assim que o título foi confirmado, Rossi afirmou que seria uma loucura se a equipe de fábrica da Yamaha não buscá-lo após o término de contrato com seu atual time, a Petronas, que é a satélite da fabricante japonesa.

“Eu sabia que ele poderia ser um piloto muito rápido, porque sempre foi assim desde jovem, mas ninguém esperava que fosse tão cedo. Ele está conseguindo algo especial e acho que no próximo ano todos tentarão contratá-lo para 2021. Estou certo de que a Yamaha vai querer para o time oficial, caso contrário, seria uma loucura.”