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Massa põe Brasil na 'pole' para receber Mundial de kart pela 1ª vez; logística é último entrave

Segundo apurado pelo Motorsport.com, país está perto de ser sede de Mundial de Kart em 2020. Proprietário de local do evento garante que tem “tudo pronto”

Kartódromo de Birigui

Foto de: Divulgacao

O Brasil está muito próximo de receber seu primeiro Campeonato Mundial de Kart. E o grande responsável pelo feito é Felipe Massa, que atualmente divide o tempo como piloto da Fórmula E com o cargo de presidente da Comissão Internacional de Kart (CIK).

Segundo informações obtidas pelo Motorsport.com, para que a competição aconteça no país, só falta bater o martelo com algumas questões de logística. Do ponto de vista esportivo e estratégico, a escolha pelo Brasil foi tomada.

A "jornada" para trazer o Mundial de Kart ao Brasil é feita por uma Comissão, liderada por Massa, mas que conta ainda com Waldner Bernardo "Dadai", presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Gastão Fráguas Filho, empresário e campeão Mundial de Kart em 1995, Giovanni Guerra, representante brasileiro na Comissão Internacional de Kart, e Ricardo Gracia, proprietário do Kartódromo Speed Park, em Birigui, que sediará o Mundial caso seja confirmado (leia abaixo mais sobre a situação da cidade no interior de São Paulo).

Embora haja otimismo entre os envolvidos, a situação não está sacramentada. Existem algumas fases a serem seguidas, todas ligadas à logística, fato importante na montagem de um Mundial de Kart. Por esse motivo a maioria esmagadora dos campeonatos é realizada na Europa.

Quando um campeonato deixa o Velho Continente, o empenho para unir os pontos necessários na realização é triplicado. A última edição não realizada em território europeu foi em 2016, no Bahrein. No entanto, tendo como "mecenas" o príncipe barenita oferecendo logística, hospedagem, alimentação e transporte para as equipes, fica mais fácil executar.

Ayrton Senna foi um dos pilotos com passagem pelo Mundial de Kart, assim como
Alain Prost,
Nigel Mansell,
Michael Schumacher,
Fernando Alonso,
Lewis Hamilton,
Sebastian Vettel,
Kimi Raikkonen,
Max Verstappen,
Charles Leclerc, entre outros.
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QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS?

O Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo se reúne ainda duas vezes: a primeira no meio do ano e a segunda em novembro, quando o Brasil terá de ter apresentado todas as garantias de que conseguirá viabilizar a logística das equipes e pilotos.

O principal desafio fica com a importação e homologação dos karts e equipamentos. Trazer o mundo que acompanha o kart não é simples. Basta relatar que o Mundial deste ano, na Finlândia, portanto em solo europeu, já terá barreiras mais complexas do que quando as provas ocorrem no eixo-tradicional (Espanha, Itália, França e Alemanha).

COMO VIABILIZAR?

O trabalho agora da Comissão liderada por Felipe Massa é buscar incentivo que arque com as despesas gerais. Iniciativa privada e leis de incentivo fiscal são os grandes focos nesta "cruzada".

E a verba estatal? Sem dúvida, os envolvidos baterão nas portas das empresas estatais, mas a política de investimento no Governo de Jair Bolsonaro já deixou claro que patrocínios serão reduzidos ao mínimo. Vale citar que após duas décadas, a seletiva de kart Petrobrás deixou de ter esse nome pela desistência da petrolífera em apoiar a competição. Restará, então, contar com apoios municipal e estadual.

Segundo apurou nossa reportagem, a chance da CBA auxiliar com investimento é zero.

BRASIL É BEM RECEBIDO PELO MUNDO DO KART

A escolha do Brasil como próxima sede não é assunto apenas no alto escalão de dirigentes e em âmbito executivo. Segundo fontes ouvidas pelo Motorsport.com, os fabricantes adoraram a ideia de correr em um kartódromo brasileiro. Seria a primeira vez que isso aconteceria.

A Argentina, vizinha do Brasil, já teve a honra de sediar um Mundial. Foi em 1994, em Córdoba, um ano antes de Gastão Fráguas Filho conquistar o seu mundial na França. São apenas três os brasileiros campeões mundiais: Fráguas, Ruben Carrapatoso e Guga Ribas.

Brasileiros campeões mundiais de Kart: Gastão Fráguas Filho, Guga Ribas e Ruben Carrapatoso

Brasileiros campeões mundiais de Kart: Gastão Fráguas Filho, Guga Ribas e Ruben Carrapatoso

Photo by: Divulgacao

O PESO DE MASSA NO PROJETO

De acordo com pessoas ouvidas pelo Motorsport.com, o Brasil só está "na cara do gol" para ter o Mundial de Kart pela atuação de Massa nos bastidores. Como 90% dos campeonatos são realizados na Europa, o ex-piloto da F1 bateu na tecla que os Mundiais deviam rodar mais pelo mundo. "Ele está dando a cara a tapa", disse uma fonte.

Massa contou semana passada ao podcast oficial da F1, Beyond the Grid, como passou a trabalhar na FIA. "Logo que me aposentei, Jean Todt me disse que queria me colocar em uma posição atuante no automobilismo. Falou da CBA e eu disse 'não, esqueça. Não gosto de política'. Disse a ele que quero fazer parte de algo, que eu entendo o sistema, mas não política. Tem de ser algo relacionado a corrida, como kart. E daí Todt disse: 'kart, ok. Está bem se eu te colocar como presidente?'. Eu disse que precisava pensar e depois aceitei."

"Eu comecei no kart e acho importante dar algo em troca depois de tudo que conquistei. Não ganho dinheiro nenhum. Não estou ligado ao negócio. Estou dando algo em troca, especialmente para as crianças. E participo das reuniões do Conselho Mundial da FIA, onde falamos de coisas que eu entendo e posso colaborar."

Gabriel Bortoleto foi o último piloto brasileiro a estar no pódio em um Mundial de Kart da FIA, em Kristianstad , na Suécia

Gabriel Bortoleto foi o último piloto brasileiro a estar no pódio em um Mundial de Kart da FIA, em Kristianstad , na Suécia

Photo by: Divulgacao

O LADO DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO

O Motorsport.com também entrevistou o presidente da CBA, Waldner Bernardo, o Dadai, que durante a semana em seu Instagram que havia tido 'um dia positivo com reuniões produtivas'. Acrescentou a logomarca da TV Globo e a #mundialdekart2020.

"Hoje a gente conta com grande apoio do Felipe Massa. Ele tem comprado essa ideia de trazer esse mundial para cá, o que é uma condição importantíssima para que isso aconteça. Estamos tendo reuniões periódicas com um time de peso."

"O Ricardo Gracia trouxe uma grande agência para operacionalizar a parte comercial, que logo deve ser anunciada. Ele tem ótimo relacionamento com empresários da região, então acredito que ele consiga fazer com que a viabilidade financeira dessa competição seja conseguida."

"Estamos falando de um investimento inicial de algo em torno de 4 milhões de reais só para trazer esse campeonato, entre logística, alimentação, etc. O Brasil está dando isso para se tornar atrativo, para não se ter aquela desculpa de que aqui é caro."

"(A Comissão) está pagando todo o transporte do pessoal, alimentação, custos aéreos, hotel, para que o piloto venha praticamente de forma gratuita. São passos. A gente vai se credenciando. O primeiro, que era ter um kartódromo homologado, já foi feito. O segundo passo, que é apresentar a candidatura, também foi feito. É uma luta, lutar contra o dinheiro do petróleo é fogo, mas a gente tem uma proposta vencedora e entende que a forma com que estamos conduzindo é a correta."

"Então assim, vai ser inédito. Dentro de quatro anos de gestão, dois mundiais (um deles o da ROTAX, sem supervisão da FIA) e dois sul-americanos, será muito bom. Tudo está sendo feito no timing certo e dentro do que está sendo pedido. Estamos bem representados politicamente e bem fortes técnica e estruturalmente falando e já tempos apoios no horizonte. Estadual, municipal, então o projeto ganha corpo a cada reunião e as pessoas entendem que é viável”.

Dadai estará em 2020 no último ano de seu mandato à frente da CBA.

O KARTÓDROMO EM BIRIGUI

O proprietário do Speed Park, em Birigui, Ricardo Gracia, exaltou a possibilidade de o kartódromo receber o evento, tendo o local das competições sido elogiado por membros da FIA quando homologado.

“O primeiro passo foi a homologação do Speed Park como sendo circuito FIA no ano passado”, disse Gracia com exclusividade ao Motorsport.com. “Foi feita uma análise, veio um pessoal de fora e foi 100% aprovado, inclusive com muitos elogios, como sendo um local ‘sem comparações’. “

O interior de São Paulo é considerado um dos mais ricos em infraestrutura no Brasil e para aqueles que podem estranhar que uma cidade que fica a mais de 500 quilômetros da cidade de São Paulo recebendo um evento de tanta importância, Gracia garantiu que a rede hoteleira e os acessos à cidade são mais do que satisfatórios.

“Nós temos um estudo de impacto econômico, que o evento pode trazer um desenvolvimento gigantesco, mesmo sendo curto, de uma semana. Porém ele repercute durante seis meses antes. Os movimentos acontecem a partir de janeiro de 2020, com equipes vindo e os hotéis se preparando.”

“A estrutura de Araçatuba e Birigui são muito boas, com mais de dois mil leitos, temos Presidente Prudente a 130 quilômetros, Araçatuba a 100 quilômetros. A Gol (companhia aérea) fará um voo direto de Guarulhos (para Araçatuba) a partir de novembro e isso é um resultado do movimento que temos feito.”

“Quem quiser vir pela França, pode vir com a Azul até Campinas e de lá para Araçatuba, com apenas uma escala. A logística é possível, a hotelaria suporta, então temos tudo pronto.”

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