Vettel: F1 não pode virar as costas para países menos tolerantes

Para tetracampeão, a categoria precisa correr em países menos tolerantes com a comunidade LGBTQIA+ para criar mudanças positivas

Sebastian Vettel, Aston Martin, and Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, on the grid

Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images

Sebastian Vettel acredita que ser importante que a Fórmula 1 siga correndo em países menos tolerantes com a comunidade LGBTQIA+, afirmando que o boicote a esses locais deixaria o esporte sem forças para criar mudanças.

O tetracampeão notoriamente falou sobre isso ano passado durante o fim de semana na Hungria, pouco após o país aprovar uma lei que impedia a representação e o ensino de questões homossexuais ou transgênero para menores de 18 anos, algo que foi condenado em boa parte da Europa.

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Tendo feito um posicionamento pessoal, ao usar tênis e camisetas com as cores do arco-íris durante a passagem pela Hungria, Vettel acredita que seria um erro da F1 ao ignorar esses lugares onde os direitos da comunidade não são reconhecidos.

Falando em entrevista exclusiva da edição de julho / agosto da revista britânica Attitude, voltada ao público LGBTQIA+, Vettel disse: "A Fórmula 1 correrá em 23 países neste ano. Sobre direitos LGBTQIA+, há alguns países que visitamos que são mais rígidos que outros. Poderíamos nos recusar a correr lá, mas e aí? Se não corrermos, não teremos força para fazer a diferença".

"Mas ao correr nestes países, mostrando de forma educada e firme o que é importante, podemos criar um impacto positivo. Valores e princípios não podem ficar nas fronteiras".

Sebastian Vettel, Aston Martin, and Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, on the grid

Sebastian Vettel, Aston Martin, and Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, on the grid

Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images

Refletindo porque foi tão crítico sobre as ações da Hungria no ano passado, disse: "Fiz isso porque queria mostrar que não apoio e não apoiarei a legislação anti-LGBTQIA+ que foi aprovada recentemente".

"Não fiz isso para ser popular, mas se a comunidade que ficou irritada pela legislação se viu encorajada pelos meus atos, obviamente é algo bom de saber. E talvez tenha feito mais fãs de F1 começarem a pensar sobre diversidade e inclusão por causa das ações de alguns de nós. Se isso aconteceu, fico feliz. Fico feliz e honrado por ser um aliado!".

Vettel acredita que suas próprias visões sobre a F1 mudaram nos últimos anos e que, se antes um piloto gay talvez tivesse medo de se assumir, ele acredita que hoje a situação seja diferente.

"Talvez isso não acontecesse no passado, mas acho que hoje um piloto gay seria bem recebido na F1, e merecidamente. Sinto que um piloto gay ajudaria a acelerar a eliminação do preconceito, ajudando a levar o esporte em uma direção melhor. Então acho que espero que o esporte esteja pronto para um".

Mas ele reconhece que campanhas como a We Race as One da F1 precisam ser seguidas com ações em vez de ficar apenas nos slogans.

"Está melhorando, agora você vê alguns engenheiros e mecânicos que conseguem ser mais abertos sobre quem são. Mas ainda há mais que podemos fazer para melhorar diversidade e inclusão no esporte, não apenas em termos de sexualidade, mas também ao encorajar e apoiar mulheres, pessoas de diferentes raças, pessoas com deficiência e mais".

"A Fórmula 1 iniciou um movimento chamado We Race as One, o que é bom, mas temos que nos esforçar para que isso realmente atinja mudanças positivas, temos que tomar ações em vez de apenas falar sobre isso".

Sebastian Vettel. Aston Martin Racing, Attitude cover

Sebastian Vettel. Aston Martin Racing, Attitude cover

Photo by: Attitude

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