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ANÁLISE F1: Os pilares da gestão de Vasseur na Ferrari

Vasseur encontra uma Ferrari relativamente organizada em um setor, mas com problemas em outros que precisam ser resolvidos

Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

Não pegou ninguém de surpresa. A Ferrari fecha o ciclo de Mattia Binotto na Fórmula 1 se lança para o futuro com Frédéric Vasseur. A equipe escolheu um nome francês com muitos apoiadores ilustres, incluindo Carlos Tavares, o CEO da Stellantis. E o sonho do engenheiro se concretizou alguns anos após um encontro com Sergio Marchionne, que já o apontava como um possível líder no futuro.

A partir de 09 de janeiro, Vasseur terá o comando da nave, mas já lançou as bases para o que será o seu programa de trabalho. Não haverá demissões, mas sim uma nova reestruturação, inclusive com a possibilidade do retorno de Simone Resta, hoje na Haas.

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É preciso lembrar que a relação entre Vasseur e Binotto nunca mais foi a mesma após o encontro com Marchionne, criando uma divergência tamanha que levou a Sauber / Alfa Romeo a perder o papel de "equipe júnior" da Ferrari para a Haas. Já o time suíço passou a trilhar um caminho mais próprio, deixando de usar a transmissão e a suspensão traseira do F1-75 para se dedicar a um projeto próprio.

Frederic Vasseur, team principal della Ferrari

Frederic Vasseur, team principal della Ferrari

E a porta em Hinwil também se fechou para Maranello, já que a segunda vaga da equipe, tradicionalmente reservada para um piloto da Academia da Ferrari, foi parar nas mãos de Zhou Guanyu. A Sauber vai gradualmente deixando a órbita da Ferrari com a aproximação da Audi em 2026.

A Ferrari confia as chaves do reino a Vasseur, mas o francês terá uma camisa de força bem maior que a de Binotto que, muitas vezes gozava de poder frente a uma montadora silenciosa, senão omissa.

O presidente-executivo John Elkann certamente não é um comunicador, mas sim um homem de números e orçamentos. Ele já havia desanimado com Binotto, mas o início deslumbrante do F1-75, que nasceu mais maduro que Red Bull e Mercedes atrapalhou um plano que já deveria estar em ação.

Piero Ferrari tinha "aconselhado" o chefe da equipe a calibrar a estrutura face aos muitos erros que caracterizaram a temporada 2022. Mas Binotto, com sua perseverança e teimosia, optou por não mexer em nada, encobrindo com a sua capacidade de jogar panos quentes em problemas cada vez mais evidentes de um time que não está preparado para lutar pelos mundiais.

Mattia Binotto

Mattia Binotto

Photo by: Erik Junius

Binotto entrou em conflito com a alta cúpula e perdeu. Agora, a Gestione Sportiva é comandada pelo CEO Benedetto Vigna, cada vez mais interessado na área das corridas. Mas cabe à Vasseur uma mudança: não é verdade que a Ferrari terá que começar do zero para contra-atacar Red Bull e Mercedes.

O projeto parecia consistente, e o motor 675 parece ter limpado os defeitos congênitos do F1-75. Vasseur se vê servido em uma bandeja de prata um carro que é visto como positivo internamente.

Mas ele terá que criar uma coesão na equipe: a confirmação de Laurent Mekies como diretor esportivo indica que não haverá demissões surpreendentes, mas é possível que o jovem estrategista Ravin Jain ganhe mais responsabilidades.

E a nível técnico, a direção será realizada com duas figuras: Enrico Cardile para o chassi e Enrico Gualtieri para as unidades de potência. E Simone Resta, voltando da Haas para a Ferrari após seus exílios na Alfa Romeo e na equipe de Gunther Steiner, pode se tornar o designer do carro de 2024.

O engenheiro é muito bom em "carregar" a equipe técnica, alimentando novas ideias que encontrarão espaço no time, muito conservador em certas escolhas como a suspensão.

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