Análise

Análise: o segredo do aumento da base de fãs da F1

Seis meses após o Liberty Media assumir o controle da Fórmula 1, pesquisas de mercado se tornaram fundamentais na categoria; Kate Walker conversou com especialistas sobre o status atual da F1 e como alcançar mais fãs

Stoffel Vandoorne, McLaren, drives a 1991 McLaren MP4/6

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Pesquisas de mercado se tornaram tendência na Fórmula 1 com a chegada do Liberty Media. Os novos donos da categoria focam em esforços não somente para promover melhor o esporte através de eventos como o de Londres, mas também utilizam as pesquisas para ampliar a base de fãs da categoria.

A Nielsen Sports é líder global em pesquisas de comportamento do consumidor, consumo de mídia e análise de dados. O Motorsport.com conversou com Samantha Lamberti, chefe de esporte a motor na Europa, e Nigel Geach, vice-presidente sênior global de esporte a motor, para saber deles como expandir da melhor forma o apelo da categoria.

Quando a Motorsport Network lançou a Pesquisa Global de Fãs de 2017, foi o Nielsen quem auxiliou na verificação e análise dos resultados, que foram positivos. Enquanto a pesquisa de 2015 mostrava que mesmo os fãs mais assíduos estavam insatisfeitos com a F1, a edição deste ano mostra uma categoria em ascensão.

A edição de 2017 da pesquisa obteve mais de 200 mil respostas de 194 países, mostrando que a F1 vive uma reviravolta positiva na percepção do público. Mas, como Geach explica, a natureza de uma pesquisa de 20 minutos não abrange tudo.

“Precisamos ser cautelosos ao analisar. Na pesquisa, falamos com fãs que seguem a F1 constantemente", disse.

"Um grupo bastante interessante é o de consumidores casuais, aquelas pessoas que deixaram de acompanhar assiduamente por uma razão ou outra e creio que é nas mídias sociais que se encontra uma oportunidade tremenda."

A pré-temporada mostrou um pouco do que os novos donos queriam dar à F1, com regras menos rígidas sobre postagens nas redes sociais - antes, toda forma de conteúdo em vídeo era proibida. Desde fevereiro, as equipes e os pilotos têm sido encorajados a produzir vídeos para o Snapchat, histórias no Instagram e sessões ao vivo no Facebook, dando aos fãs uma amostra dos bastidores da categoria.

O canal oficial da categoria no YouTube e a página do Facebook apresentam vídeos com melhores momentos do final de semana, dentro e fora da pista, fortalecendo a presença da categoria no mundo virtual e mostrando aos curiosos que eles talvez possam ter perdido.

São esses indivíduos 'curiosos' que o esporte deve buscar para ampliar a base de fãs sob o comando do Liberty.

“É importante alcançar essas pessoas interessadas em música, em entretenimento, que gostam de ir a shows e eventos", disse Geach. "Você precisa conectar essas pessoas à F1 de alguma forma, e as mídias sociais são o caminho para isso."

A maior parte do trabalho da Nielsen Sports é criar pesquisas globais buscando consumidores casuais, não os fanáticos, para estabelecer o que os primeiros fazem no tempo livre e que tipo de escolhas eles fazem.

“Duas vezes por ano, em maio e novembro, conduzimos pesquisas globais envolvendo esporte", explicou Lamberti. "Em cada um dos mais de 30 países nos quais fizemos a pesquisa, entrevistamos mil pessoas."

"É uma pesquisa que dá a nos a oportunidade de falar não somente com os fãs, mas com os que também não são fãs. Assim podemos entender o que os leva a não ser fãs e o que poderia despertar o interesse deles em esportes ou em eventos específicos", afirmou.

“A marca F1 é muito forte e icônica - muitos alimentam a vontade de ver uma corrida no autódromo. Mas é um evento longo e caro, acaba não sendo prioridade. Como você agrega valor a isso, como você faz isso valer a pena para os que não são fãs?", indaga Geach.

Para Geach, a resposta está no próprio esporte: "Creio que o conteúdo deve mirar nessas pessoas, na audiência casual, não apenas nos fanáticos. Precisamos olhar para o modo como o esporte é consumido."

O sucesso do evento em Londres é um exemplo perfeito do marketing da F1 mirando o fã casual. Mais de 100 mil pessoas viram os carros da categoria andando pelo centro da cidade e as imagens foram para as mídias sociais, com selfies de fãs e conteúdo postado por todas as equipes.s.

Gratuita, a apresentação recebeu cobertura ampla da imprensa e ampliou a exposição do GP da Grã-Bretanha, além de ser acompanhado por praticamente o mesmo número de pessoas que foi a Silverstone ver a corrida de perto.

Os primeiros passos para levar a F1 aos fãs casuais se mostrou um sucesso.

The atmosphere around Nelsons column in Trafalgar Square
Atmosfera na Trafalgar Square, em Londres, que recebeu o evento da F1

Foto: Joe Portlock / LAT Images

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