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Confira o ano a ano da carreira de Barrichello na F-1

Sem vaga na Williams, brasileiro deve interromper sequência de 19 anos na categoria máxima do automobilismo

Barrichello é o recordista em número de GPs disputados, com 326

É bem difícil definir a passagem de Rubens Barrichello pela Fórmula 1 em poucos toques. Sem vaga na Williams  para a temporada 2012, o brasileiro interrompe uma sequência de 18 anos e 19 campeonatos disputados na íntegra. Ou seja, será a primeira vez desde 1993 que teoricamente não veremos seu nome no grid, uma vez que o próprio Barrichello declarou via twitter que seu “futuro está em aberto”.

O TotalRace traz um resumo de cada uma das 19 temporadas disputadas por Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn GP e Williams, que juntas, acumulam um total de 326 GPs, 11 vitórias, 68 pódios, 14 poles, 34 oportunidades na primeira fila, 17 voltas mais rápidas, 658 pontos, 80.585 km completados, sendo 4.152 destes na liderança.

1993

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O carro da Jordan não era o mais eficiente de todos, assim como o motor Hart. A equipe irlandesa vinha de uma temporada de baixa e apostou numa mistura entre experiência e noviciado, com Ivan Capelli e Barrichello.

Mesmo com sete abandonos em 16 provas, o brasileiro quem deu as cartas, deixando Capelli, Thierry Boutsen, Marco Apicella e Emanuelle Naspeti para trás, conseguindo um rival à altura apenas em Eddie Irvine, com quem disputou duas provas.

Apesar de apenas dois pontos no Japão, o ano produziu uma atuação memorável em Donington Park, na qual chegou a andar em terceiro lugar e abandonou por um problema no sistema de alimentação de combustível do carro.

1994

Era para ser uma temporada de confirmação e foi. Com um carro bem melhor, a Jordan se colocou constantemente entre os primeiros, e isso resultou em boas colocações ao brasileiro.

Os primeiros pontos no ano vieram em Interlagos, enquanto o primeiro pódio na carreira veio na corrida seguinte, em Aida. O grave acidente em Ímola e a morte de Ayrton Senna abalaram, mas, mesmo assim, das oito provas que terminou seis foram finalizadas entre os quatro primeiros, resultando na sexta posição do campeonato.

1995


No ano seguinte, com apoio da Peugeot, a Jordan parecia que manteria o bom ritmo. Com a morte de Senna e o bom desempenho em 1994, os brasileiros depositavam todas as esperanças em Barrichello, que prometia corresponder. Mas nem uma coisa, nem outra: em um ano sofrível, o brasileiro pontuou apenas quatro vezes na temporada, com o segundo lugar no Canadá sendo o ponto alto.

Além da enorme pressão pela responsabilidade de substituir Senna, Barrichello encerrou o ano torcendo por dias melhores. Para piorar, viu o parceiro Eddie Irvine obter mais destaque e ser contratado pela Ferrari.

1996


Novo carro, novas cores, novas esperanças. Com o experiente Martin Brundle ao lado, Barrichello buscava ter um ano melhor e sem turbulências. Foi isso que aconteceu: foram sete corridas nos pontos, apesar de nenhum pódio, e boas atuações, como em Interlagos, na chuva, brigando contra carros melhores e abandonando após exigir demais do equipamento.

Mas o ano marcou o fim de um casamento de três temporadas com a Jordan. Rubens precisava de desafios e saltos maiores.

1997


Ano novo, vida nova. Sem se preocupar com a pressão dos críticos por resultados, Barrichello tratou de se unir a uma lenda do automobilismo no início de um projeto, sem saber se daria certo ou errado. Foi desta forma que o brasileiro foi escolhido o líder da nova Stewart Grand Prix, de Jackie Stewart.

O projeto, novo, era bonito e remetia à tradição escocesa. Mas o carro, produzido do zero, se mostrou frágil: de 17 provas, Barrichello completou apenas duas, com todas as outras provas contando com problemas mecânicos. Contudo, o ano todo foi recompensado pela fabulosa apresentação no GP de Mônaco, com o segundo lugar.

1998


Assim como a história de um grupo musical, que enfrenta a síndrome do segundo disco, o segundo ano da Stewart foi sofrível. O carro era fraco e foram nove abandonos, com outras seis corridas nos pontos e dois quintos lugares, e dois companheiros de equipe: Jan Magnussen e Jos Verstappen.

Não há muito o que destacar do ano, a não ser a segunda vez, além de San Marino em 1994, que Barrichello não largou uma prova, após o grave acidente coletivo na primeira largada do GP da Bélgica. Como o carro reserva era de Verstappen, o brasileiro não correu.

1999


Cinco anos após sua melhor temporada até então, Barrichello se viu com um carro competitivo novamente nas mãos. O esforço e o risco em perder a carreira ao apostar no carro da Stewart foram recompensados com um modelo SF3 equilibrado e rápido, impressionando desde a primeira corrida, quando largou em quarto e chegou em quinto.

Das 16 provas disputadas, em apenas duas Barrichello largou fora do "top 10". Uma delas, curiosamente, foi o GP da Europa, quando foi o terceiro e viu seu companheiro Johnny Herbert dar ao time sua primeira vitória. Mas Barrichello também conquistou outros dois pódios, em Ímola e na França, esta última partindo da pole. Os 21 pontos foram suficientes para render um contrato com a Ferrari para 2000. Era o renascimento de Barrichello.

2000


Pela primeira vez com um carro bom nas mãos, Barrichello mostrou a que veio. Foi uma vitória, a tão esperada, na Alemanha (digna de filme), além de uma pole, nove pódios e três melhores voltas, somando 62 pontos e terminando o ano em quarto. Além disso, o brasileiro ajudou a Ferrari a quebrar um jejum de anos sem título. O único problema do brasileiro se chamava Michael Schumacher, que foi o campeão.

2001


O segundo ano do brasileiro na Ferrari se assemelha ao ano de 1995 na Jordan. Com a primeira vitória, as cobranças por vitórias e título vieram dobradas. Assim como naquele ano, nada veio, o que foi um prato cheio aos críticos. Contudo, o preferido da equipe, Michael Schumacher, foi campeão e reforçou sua posição na equipe, o que ficou representado no GP da Áustria, quando Barrichello cedeu a segunda posição ao alemão. E a situação só pioraria no ano seguinte.

2002


Em termos de resultado, foi um ano infinitamente melhor que o anterior: quatro vitórias, dez pódios, três pole positions, cinco voltas mais rápidas e um inédito vice-campeonato. Mas nada adiantou por conta do episódio ocorrido na Áustria. Pior que no ano anterior, o brasileiro teve de abrir mão da vitória na última curva, o que gerou uma enxurrada de críticas.

2003


Depois de uma temporada passada difícil, Barrichello se renovou em 2003. Foram duas vitórias, oito pódios, três pole positions, três voltas mais rápidas e grandes atuações, como nas conquistas da Inglaterra e do Japão. Apesar das grandes atuações, o brasileiro terminou o ano em quarto, com 65 pontos.

2004


Em um ano de dominação plena de Schumacher, Barrichello teve uma temporada tranquila. Com o carrão da F2004, foram duas vitórias, 14 pódios, quatro pole positions, quatro voltas mais rápidas e o vice-campeonato, com 116 pontos conquistados. Como ponto alto, a vitória inaugural no GP da China.

2005


O desgaste com a Ferrari já era enorme e, com o fim do contrato, Barrichello e o time fariam sua temporada de despedida. Mas, com um carro fraquíssimo, a Ferrari foi apenas um arremedo dos anos anteriores e Barrichello nada pôde fazer. Foram quatro pódios e apenas 38 pontos, ficando em oitavo. Como destaque, a segunda posição no conhecido GP dos Estados Unidos, boicotado pelos pilotos da Michelin.

2006


Casa nova. Após a Ferrari, Barrichello foi contratado pela Honda, ao lado de Jenson Button. Mais uma vez, acabou vendo o parceiro dar a primeira vitória ao time na Hungria, mas, no caso de Button, no time desde 2003, foi merecido. O carro não era uma Ferrari, mas Barrichello conseguiu acumular 30 pontos e terminou o ano em sétimo.

2007


De longe, o pior ano do brasileiro na carreira. Apesar do dinheiro, a Honda errou a mão do carro e de nada adiantou estampar o mundo na carenagem. Foram zero pontos, enquanto Button somara seis. Uma temporada para esquecer.

2008


A tortura foi igual ao ano anterior. Pior, se levarmos em conta que a Honda fechou as portas no fim da temporada sem avisar a ninguém. Mas, em termos de resultados, um terceiro lugar no GP da Inglaterra salvou o ano. No fim, terminou o campeonato nove pontos à frente de Button, mas os dois estavam iguais no que dizia respeito a vaga para 2009: ambos desempregados.

2009


O ano começou sem vaga, mas o cara que ficou do lado de Schumacher na Ferrari foi o responsável por trazer Rubens e Button de volta. Ross Brawn comprou o espólio da Honda por um dólar e contaram com a sorte ao terem um carro veloz logo de cara. Foi um novo (mais um) renascimento ao brasileiro.

Com motores Mercedes, Button e Barrichello dominaram a primeira parte do ano, com o inglês vencendo as cinco primeiras provas do ano e garantindo o título na regularidade. A Barrichello, foram duas vitórias (em Valência, a 100ª do Brasil na F-1, e em Monza), seis pódios, uma pole position e duas voltas mais rápidas, consolidando a terceira posição no campeonato. Nada mal para quem começou o ano sem vaga, não?

2010


O bom desempenho com a BrawnGP rendeu um contrato com a Williams, equipe na qual Barrichello sempre quis correr. Em baixa, o time não teve um carro competitivo, mas o brasileiro não decepcionou. De 19 provas, dez foram nos pontos e o resultado final foi a décima posição no campeonato, com 47 pontos. O ponto alto foi a ultrapassagem antológica em cima de Michael Schumacher.

2011


O ano final não foi dos melhores. Apesar de boas pilotagens, o carro não ajudava e a falta de dinheiro da Williams impediam desenvolvimentos. Com isso, apenas quatro pontos foram computados e a despedida foi amarga: resultou na confirmação de que, na Fórmula 1, o talento passou apenas a ser um detalhe. O piloto recusou despedidas, buscou patrocinadores, mas não conseguiu completar a 20ª temporada na Fórmula 1.

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