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Entenda a novela que resultou na introdução do Halo na F1

De acidentes graves, análises, debate entre pilotos e testes de conceitos, saiba o que se passou nos bastidores da F1 antes da decisão da última quarta

Mercedes W07, Halo customisé
A FIA tomou uma decisão que gerou polêmica na última quarta. A partir de 2018, todos os carros de F1 deverão usar a proteção de cockpit estilo Halo, o que repercutiu devido ao aspecto visual da peça.
Trata-se de uma busca da FIA que já dura anos. Os estudos começaram com mais força em 2009, quando dois acidentes separados por pouco tempo acenderam o sinal de alerta.
Na Fórmula 2 (categoria sem relação com a F2 atual), Henry Surtees, de 18 anos, morreu ao ser atingido na cabeça por um pneu que se desconectou de um carro de um rival.
Poucos dias depois, Felipe Massa passou por um enorme susto ao ser atingido por uma mola durante o treino classificatório do GP da Hungria de 2009. O brasileiro chegou a ser internado e passou por cirurgias, mas ficou fora de risco.
A conversa ganhou força com alguns outros acidentes. A começar pelo ocorrido nos metros iniciais do GP da Bélgica de 2012, quando o Lotus de Romain Grosjean passou perto da cabeça de Fernando Alonso após decolar.
Antes mesmo dos primeiros protótipos serem apresentados, o assunto dividiu opiniões. Jenson Button, campeão de 2009, afirmou que os cockpits fechados tratavam-se de um “caminho inevitável” para a F1.
Já Nico Hulkenberg criticou a ideia duramente, argumentando que os cockpits abertos fazem parte do DNA da F1. “Não devemos esterilizar a coisa toda.”
Mas a FIA precisava decidir, especialmente pela pressão criada após o acidente fatal de Jules Bianchi, no GP do Japão de 2014. Por mais que o lance não tenha envolvido o impacto de detritos no capacete, a entidade se viu acuada para implantar uma solução.
Nesse período, uma outra fatalidade colocou o assunto ainda mais em evidência. Na corrida de Pocono da Indy, Justin Wilson morreu ao ser atingido por uma peça de um carro rival na cabeça.
Assim, no fim de 2015, a FIA iniciou testes em laboratório em três conceitos distintos. Um deles era justamente o Halo, cuja ideia foi criada pela Mercedes.
Os testes em pista foram iniciados na pré-temporada de 2016, quando o Halo foi levado à pista pela primeira vez. Na ocasião, Raikkonen afirmou que a peça não apresentava problemas de visibilidade.
Novamente a situação dividiu opiniões. Nomes como Sebastian Vettel e Felipe Massa, por exemplo, reconheceram que o conceito não era o mais belo esteticamente, mas enalteceram que seu uso poderia salvar vidas.
Lewis Hamilton e Nico Hulkenberg foram mais diretos: o aspecto visual do Halo era desfavorável, o que deveria implicar na proibição de seu uso.
Uma nova solução foi apresentada ainda no começo de 2016: a Red Bull trouxe à tona o Aeroscreen, que foi testado somente uma vez, nos treinos para o GP da Rússia.
Mesmo assim, o Halo levou vantagem nas discussões. Durante o ano de 2016, todas as equipes e pilotos tiveram a oportunidade de experimentar a peça.
Em julho de 2016, a FIA bateu o martelo: uma cobertura de cockpit seria introduzida a partir da temporada de 2018, independentemente de qual fosse.
E, no começo do ano, a mesma FIA anunciou que um novo conceito de Escudo agora seria favorito para entrar na categoria no ano que vem. O Halo ainda precisaria passar por desenvolvimento, especialmente no que diz respeito à visibilidade.
O item foi à pista somente na semana passada, durante os treinos para o GP da Inglaterra. Sebastian Vettel foi o responsável por conduzi-lo.
O alemão não gostou. Disse ter sentido tontura, distorção de visão e que, por isso, usou a peça por menos tempo do que o planejado.
Diante da aproximação do prazo limite para uma decisão, a FIA anunciou que o Halo seria a peça escolhida.
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