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Equipes contam os dias para a revolução digital da F-1

Para Martin Whitmarsh, da McLaren e da Fota, situação foi similar à dos anos 1980, quando a F-1 revolucionou os direitos de imagem

F-1 no celular: a ideia é tornar a categoria acessivel em qualquer meio

A Fórmula 1 parece estar abrindo os olhos para o universo digital. Com o crescimento das mídias sociais e sites de compartilhamento de dados e imagens, a maior categoria do automobilismo mundial já pensa em uma maneira de incrementar este espaço e, claro, ganhar dinheiro.

Os fãs da categoria inflam sites como YouTube e DailyMotion, assim como outros meios (Flickr, Facebook e outras redes sociais) de fotos, reproduções de materias e materiais raros. No entanto, eles veem seus uploads (na maioria vídeos, quando muito recentes), serem retirados em poucos instantes pela FOM, empresa que cuida dos direitos comerciais e de imagem.
 
Essa procura em massa pela história da categoria na internet já faz com que muitas equipes criem canais próprios de comunicação e interação com o público, mas isso não é o suficiente, uma vez que não é autorizado o uso de imagens de corridas, apenas fotos e dados. E a ideia, agora, é tentar dar aos fãs o que eles querem: conteúdo em abundância. Tudo devidamente cobrado. "Você pode dizer que é uma ameaça, mas também que é uma oportunidade", afirma Martin Whitmarsh, chefe da McLaren e um dos líderes da Fota (Associação das equipes).
 
"A F-1 é um esporte mundial e rico em dados e, nesta arena digital, podemos popularizar o espaço com muito mais dados e informações que tênis, futebol ou qualquer outro esporte. Então, acho que temos uma enorme oportunidade. Claro que ainda existirão pessoas vendo televisão comum, mas para a geração abaixo da nossa isso não é mais o suficiente. Eles querem mais informações e querem interagir."
 
Segundo Whitmarsh a nova geração quer formar comunidades. "Este é o desafio: encontrar maneiras de monetizar isso como Bernie fez com a televisão. Ele tem a certeza de que o retorno para o esporte foi muito alto. Você não pode segurar novos desenvolvimentos, então precisamos trazer esse expertise que não existe na F-1 de hoje", continua Whitmarsh, que admite: a categoria está na mesma situação de 30 anos atrás, quando Bernie Ecclestone revolucionou ao monetizar os direitos de imagem, e uma nova revolução é necessária. No caso, a digital.
 
"O esporte precisa mudar, pois nenhum de nós estará aqui em um espaço de 20 anos, ou não a maioria, então acho que devemos isso ao esporte, que é encontrar uma maneira boa e positiva de progredir. A mídia é bem mais complexa nos dias de hoje."
 
"Se você pegar a geração jovem, eles não assistem a televisão: eles deixam a TV ligada e fazem outra coisa, como usar o iPad, telefone ou laptop. Crescemos com a televisão e, por um momento, achamos que o e-mail era legal, mas as crianças não mandam mais e-mail. Elas estão em um nível bem mais avançado."
 
"O poder dessas novas mídias é enorme, mas como monetizar isso? O grande truque de Bernie foi monetizar a exposição de mídia da F-1 e todos nós devemos ser gratos pela forma com a qual ele desenvolveu o esporte comercialmente. Mas hoje a coisa é mais complexa."
 
"Com a quarta geração dos sistemas de telecomunicação, a TV estará logo no telefone, que, por sua vez, pode ser ligado a um monitor. Então, a questão é: como você vai controlar e monetizar, isso?", analisa Whitmarsh, que destaca o bom momento das equipes, que estão muito unidas, para que esta revolução digital aconteça.
 
"As equipes querem trabalhar juntas. É a primeira vez em 60 anos que os times estão trabalhando melhor juntos. Historicamente, as equipes lutavam umas com as outras, com a FIA e a FOM, então era como um campo de batalha. O que estamos tentando fazer agora é colaborar de uma maneira que promova parcerias. Existem novos pretendentes, mas acho que somos melhores trabalhando com os parceiros que possuímos."
 
"Bernie conhece e já fez muitas coisas ótimas para o esporte, a CVC é a dona, então precisamos ter respeito. Mas isso não significa que temos de concordar sempre ou o tempo todo, mas acho que é melhor encontrar maneiras boas e construtivas de trabalhar juntos. Isso é melhor do que dizer 'oh, existe uma pessoa nova, que não conhecemos e que quer comprar o esporte, então vamos nessa direção'." 
 
"Na minha visão, seria a coisa errada a fazer. Todos temos fraquezas e falhas, mas se pudermos trabalhar juntos, será a melhor opção. Esse é um esporte fantástico, o único global além do futebol."
 
"E, claro, podemos fazer melhor e sempre devemos estar abertos para acolher novas tecnologias, oportunidades e desafios, mas é mais seguro fazer isso com as pessoas que já conhecemos do que seguir por outros rumos."

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