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Especial 20 melhores corridas de Ayrton Senna: terceira parte

Na semana que marca o 20º aniversário da morte do tricampeão, o TotalRace relembra os grandes feitos do piloto

Entramos na terceira parte do especial da 20 melhores corridas de Ayrton Senna. A partir de agora suas atuações mais nobres ganham espaço neste especial do TotalRace. O brasileiro provava em qualquer que fosse a circunstância que corria para ganhar, sendo um dos pilotos mais competitivos de sua geração, o que lhe rendeu glórias como as citadas abaixo. 

10) Itália/90 – A maldição de Monza



O Grande Prêmio da Itália para Senna era uma verdadeira provação até 1990. Em 1987, o piloto liderava nas últimas voltas depois de ter escolhido não parar nos boxes para trocar de pneus. Eis que a oito voltas do fim Senna errou ao tentar passar o retardatário Piercarlo Ghinzani na Parabólica, saiu da pista e viu Piquet ganhar sua terceira do ano. Em 1988 o azar mais conhecido: o brasileiro encontrou Jean-Louis Schlesser da Williams na primeira chicane a duas voltas do fim, tentou forçar a ultrapassagem, bateu no francês e ficou fora da prova. Em 1989, Ayrton mais uma vez liderava, quando a nove voltas do fim seu motor Honda o deixou na mão na Parabólica. Um abandono que custaria caro na disputa daquele título.

Decidido a ganhar o campeonato em 1990, Senna teria de driblar a maldição italiana, que agora era acasa de Prost, na Ferrari. Ayrton não foi nada mal: marcou a pole position, liderou todas as voltas da prova (recordada pelo forte acidente de Warwick na Parabolica), fez a volta mais rápida e triunfou com seis segundo à frente do rival francês no confronto direto entre os dois mais “fora de casa” de toda sua carreira.

9) GP de Macau/83 (Fórmula 3)



Ayrton Senna se mostrou ao longo de sua carreira na Fórmula 1 um especialista em circuitos de rua. E sua estreia nesse tipo de pista foi no desafiador Circuito da Guia em Macau, com mais de seis quilômetros de extensão e aliando uma reta interminável com um trecho bastante sinuoso.

A corrida de Fórmula 3 reunia a nata dos campeonatos inglês, francês, italiano e alemão. Senna chegou ao país apenas um dia antes da classificação, que começou muito mal, danificando uma roda no guardrail logo na primeira volta. Relatos divergem: uns falam de uma ressaca depois de uma noitada mais exagerada, outros em efeitos do jetlag. O fato é que o brasileiro voltou depois ao carro para marcar a pole position. A corrida foi disputada em duas baterias e Senna venceu ambas bem a seu estilo: disparando na frente no início e só controlando depois até o final. A seguir vieram o colombiano Roberto Guerrero e o austríaco Gerhard Berger em terceiro.

A ressaca (ou o jetlag) não teve chance nenhuma. Uma curiosidade: por engano, deram a Berger o troféu de melhor volta da prova. Na festa de encerramento, Senna foi cobrar do austríaco a prenda que, por direito, era sua. Foi a primeira conversa entre dois pilotos que se tornariam grandes amigos anos depois.

8) GP do Japão/89



O GP do Japão de 1989 pode não ter terminado como Ayrton Senna queria, com Alain Prost sendo campeão depois de muita polêmica. Mas que foi uma aula de pilotagem do brasileiro, isso foi. Senna precisava vencer para manter suas chances de título, uma vez que Prost tinha 16 pontos de vantagem ao chegar ao Suzuka. E começou o final de semana levando a sério sua tarefa: em uma de suas melhores classificações, colocou nada menos que 1s7 no companheiro de equipe. O francês, contudo, deu o troco na largada, tomando a liderança e abrindo 5s.

Após o pit stop de ambos, Senna começou a se aproximar. A pressão começou na volta 40, mas Prost conseguia escapar nas retas. Seis voltas depois, Senna foi para seu costumeiro ataque agressivo, na entrada da chicane. E Prost não aliviou. A colisão deixou os dois parados lado a ladose encarando em uma das mais famosas imagens da história da Fórmula 1.

Mas a história não terminaria aí. Prost abandonou, mas Senna seguiu adiante, cortando a chicane. O brasileiro foi para os boxes e trocou o bico, voltando a 5s do líder Nannini, que foi presa fácil para a McLaren. Senna ganhou, mas não levou. Depois de muita discussão nos bastidores, o brasileiro foi desclassificado por ter cortado a chicane e foi Nannini quem emergiu em primeiro lugar no pódio. Mais que isso, a decisão deu o título daquele ano a Prost, em episódio que teria novos capítulos no ano seguinte.

7) GP de Mônaco/92



Nigel Mansell, a bordo do incrível Williams FW14B, chegou a Mônaco tendo vencido as cinco primeiras provas, feito que não foi igualado até hoje. O inglês marcou a pole confortavelmente, à frente do companheiro Patrese e Senna. O italiano foi ultrapassado pelo brasileiro na Ste Devote, em uma manobra arriscada. Mas Ayrton não tinha ritmo para acompanhar a Williams, que era 1s mais rápida por volta. “Tentei forçar ao máximo o ritmo para me colocar em posição de aproveitar se algo acontecesse com ele”, revelou o piloto da McLaren.

Dito e feito. Na volta 71, Mansell sentiu um furo em seu pneu e se arrastou para os pits, perdendo os 30s que tinha na liderança – voltas antes, Senna foi obrigado a parar na pista para não acertar a acidentada Footwork de Alboreto. A Williams voltou a 5s da McLaren e, três voltas depois, Mansell já estava pressionando Senna que, além de ter um carro mais lento, sofria com o desgaste dos pneus. Em certos momentos, os dois carros pareciam um só, mas o brasileiro se segurou até o final na liderança de maneira bastante agressiva. “Demos tudo o que podíamos e um pouco mais”, definiu Mansell.

6) GP da Espanha/86



Quatorze milésimos. Foi o que definiu o GP da Espanha de 1986 a favor de Ayrton Senna e, de certa forma, o título daquele ano. Afinal, o segundo colocado na ocasião, Nigel Mansell, teria batido Alain Prost com os três pontos a mais pela vitória no circuito de Jerez.

Na classificação, Senna havia colocado 1s5 em Mansell e conquistado a pole. O inglês largou em terceiro, atrás do então companheiro de Williams, Nelson Piquet. Depois de preservar combustível no início da prova, o Leão passou o brasileiro na volta 34. Logo depois, usou um retardatário para superar o líder Senna.

Mansell chegou a abrir uma liderança de quatro segundos, mas seus pneus perderam rendimento e o inglês teve de parar nos boxes. A Williams voltou voando: com oito voltas para o fim, estava em terceiro, atrás de Prost e a 20s de Senna. Quatro giros depois, já estava a 1s5 da Lotus do brasileiro, que suportou a pressão nas voltas finais para vencer pelo equivalente a 95cm.

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