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Massa lembra empréstimo de scooter a novo chefe da Ferrari: “tinha perdido a CNH”

Brasileiro recorda boa relação com Mattia Binotto incluindo história curiosa e o vê mais capaz de dar calma a time do que Maurizio Arrivabene

Mattia Binotto, Ferrari Chief Technical Officer

Foto de: Sutton Motorsport Images

A Ferrari entra na temporada de 2019 da Formula 1 disposta a iniciar uma nova fase. Depois de dois anos como vice-campeã e cometendo erros de diversos tipos na hora da decisão do campeonato, a escuderia italiana resolveu fazer uma aposta para dar o próximo passo em sua busca para derrotar a hegemonia da Mercedes na era turbo-híbrida da F1.

A presidência do time resolveu trocar a chefia da equipe no mundial, substituindo Maurizio Arrivabene por Mattia Binotto – apontado por muitos como a principal peça do grande crescimento técnico da Scuderia desde a decepcionante temporada de 2014.

O brasileiro Felipe Massa, piloto oficial da Ferrari na F1 entre 2006 e 2013, conhece bem o engenheiro, que está em Maranello desde a metade dos anos 90. Para o vice-campeão de 2008, a base técnica de Binotto poderá dar ao time uma tranquilidade maior para trabalhar sob a constante pressão ferrarista.

 “O Binotto é um cara calmo, um cara que tem a capacidade de trabalhar de uma maneira um pouco mais calma e talvez absorver menos essa pressão”, falou Massa com exclusividade ao Motorsport.com.

“Mas também é um momento novo para ele. Ele nunca foi chefe de equipe. Temos que esperar para ver como ele vai trabalhar, porque é uma mudança grande. Ele virou chefe, mas também está do lado técnico. Isso até pode ser bom, para falar a verdade. Mas é um momento novo.”

Massa também contou uma história bastante curiosa sobre sua convivência com Binotto. Em 2003, quando era piloto de testes da Ferrari, ele chegou a emprestar uma scooter para Binotto trabalhar após o italiano ter perdido sua CNH.

“Eu espero o melhor para ele, porque o conheço desde que entrei na Ferrari”, contou.

“Até tenho uma história legal com ele: eu era piloto de testes da Ferrari em 2003 e tinha uma scooter de 50cc que não precisava de carteira de habilitação para guiar. Só que ele tinha perdido a carteira de motorista dele e aí bateu na minha porta e perguntou: ‘será que você não poderia me emprestar sua scooter? É porque não posso guiar e preciso ir de casa para o trabalho’. Eu falei: ‘pega aí’.”

“Então eu conheço ele muito bem desde lá atrás, e espero realmente que a Ferrari consiga ter um trabalho eficiente e perfeito com ele no comando.”

No entanto, Massa não esconde que a missão de Binotto será árdua já que ele estará sob intensa pressão dentro da equipe e também de fora, dos fãs e da imprensa.

“Acho que muitas coisas acontecem de maneira difícil na Ferrari no sentido da pressão”, seguiu Massa.

“Eles sentem muito isso, a Ferrari sempre teve muita pressão. Dentro da equipe sempre foi isso. Quer dizer, teve uma época que sentia menos porque tinha resultado – na época do Jean Todt. O Jean Todt era um cara que conseguia ter uma liderança em todas as áreas, ele conseguia colocar uma área trabalhando junto com a outra sem sentir as pressões.”

“Eu acho que depois disso as coisas aconteceram de uma maneira bem diferente, onde a Ferrari sempre sentiu a pressão e a obrigação de vencer, e isso é um problema. Se você for ver, nos últimos dois anos a Ferrari fez um excelente trabalho em construir um carro competitivo. Isso não acontecia desde 2008. Em 2010, o Alonso lutou pelo mundial até o fim mas nós não tínhamos um carro competitivo. Eu diria que desde 2008 as coisas acontecem com muita dificuldade lá.”

“Acho que hoje a Ferrari está conseguindo fazer carros competitivos, carros capazes de vencer. No ano passado eles tiveram um carro super competitivo, mas tiveram muitos erros. Isso tirou pontos deles. E foram erros de todos os lados, do time e do Vettel – que acabou vacilando demais. Isso pode acontecer, faz parte.”

Por fim, Massa confessou sua torcida pelo monegasco Charles Leclerc, que neste ano estreia na equipe italiana após uma impressionante temporada de estreia na F1 pela Sauber.

“Eu acho que no papel o time tem uma estrutura técnica competitiva e pilotos muito bons também, na minha opinião”, disse.

“Para mim o que a Ferrari está fazendo com o Charles Leclerc é muito bom, esse moleque pode aparecer e ser um super campeão no futuro – e eu torço para que seja em um futuro próximo.”

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