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Pérez-Sala ao TotalRace: "Se não fosse por Alonso, não existiríamos"

Diretor da HRT aponta que popularidade da F-1 no país, alavancada pelo sucesso do piloto da Ferrari, garantiu projeto de sua equipe

Luiz Pérez-Sala conversa com Narain Karthikeyan: meta é crescer em 2014

Luiz Pérez-Sala entende de desafios. Foi, afinal, piloto de Fórmula 1 por duas temporadas numa época em que os espanhóis só tinham olhos para o motociclismo, e correndo pela modesta equipe Minardi. Hoje, aos 53 anos, o catalão de Barcelona volta à categoria como diretor da HRT. Falando com exclusividade ao TotalRace, ele traça um paralelo entre o que viu no final dos anos 80 e o que vê hoje, tanto em termos da popularidade da categoria em seu país como no paralelo existente entre o time que trabalha hoje e o que defendeu no passado.

(TOTALRACE) A Fórmula 1 vive seu momento mais popular na Espanha, graças a Fernando Alonso. Você teme que essa popularidade possa desaparecer de um dia para o outro quando ele se aposentar?
(Luiz Pérez-Sala) Não vai desaparecer. É como no Brasil, onde o interesse pela Fórmula 1 continua alto. Claro que faz diferença quando se tem um piloto do país lutando pelo título. De qualquer forma, a popularidade da categoria na Espanha nunca foi tão alta. Pode ser que baixará quando Fernando não estiver mais, mas isso passa em todos os esportes. Essa alternância é normal em todos os países, a diferença é que o ‘boom’ na Espanha ainda está acontecendo, mas certamente o interesse não vai vai desaparecer no futuro.

(TOTALRACE) Essa popularidade que a F-1 desfruta pode ajudar a HRT neste momento de crise econômica forte na Espanha?
(Luiz Pérez-Sala) Sim, está ajudando muito. Se não fosse por Fernando Alonso, nossa equipe não estaria aqui. Seria impensável criar uma equipe de Fórmula 1 espanhola fora de um quadro de popularidade como o atual. Mas veio Alonso, a categoria cresceu, e abriu essa possibilidade.

(TOTALRACE) Para o resto da temporada, qual a ideia? Desenvolver o carro ou esperar para tentar um projeto mais agressivo no próximo ano?
(Luiz Pérez-Sala) Fizemos um grande esforço porque houve uma mudança total na equipe do ano passado para este. Mudou 85% das pessoas, colocamos uma base em Madri e estamos montando uma equipe. Queremos seguir trabalhando nessa direção. Nesse ano a ideia é fazer pequenas melhoras no carro, pois a equipe ainda está se formando para fazer grandes mudanças. No ano que vem pretendemos evoluir esse carro para, em 2014, sermos mais competitivos e tentarmos ganhar algumas posições no Mundial de Construtores.

(TOTALRACE) Já pensa na dupla de pilotos para o ano que vem?
(Luiz Pérez-Sala) Estamos contentes com Pedro (de la Rosa) e com Narain (Karthikeyan). Mas ainda estamos na oitava corrida do campeonato. No momento, seguimos assim.

(TOTALRACE) Agora vamos para Silverstone, onde você teve seu melhor resultado na Fórmula 1. Se lembra de algo especial daquela corrida de 1989? Afinal, as duas Minardi pontuaram (Sala foi o 6º colocado e Pierluigi Martini, o 5º), deve ter sido especial para a equipe!
(Luiz Pérez-Sala) Naquela época estávamos quase condenados a disputar a pré-classificação, eram tantas equipes que isso era algo necessário. E esse resultado nos salvou para mantermos nosso status entre as dez principais equipes do grid. Isso nos garantiu também uma boa quantidade de dinheiro para a equipe continuar o seu trabalho. Sem isso teria sido muito duro para a Minardi seguir em frente e chegamos a pensar que não conseguiríamos. Mas, no final das contas, conseguimos.

(TOTALRACE) Neste sentido, você vê similaridades entre a Minardi e a HRT?
(Luiz Pérez-Sala) É uma filosofia parecida. Somos uma equipe pequena, humilde, que quer ver os funcionários trabalhando com paixão. Nosso objetivo é disputar uma corrida na melhor condição possível, mas não temos condições no momento de participar dessa verdadeira luta que existe entre as equipes grandes. Era um pouco como acontecia com a Minardi naquela época.

(Colaborou Rian Assis)

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