Philippe Streiff, ex-piloto de Fórmula 1, morre aos 67 anos

Francês chegou a conquistar um pódio antes de sua carreira ser interrompida por um acidente no autódromo do Rio de Janeiro que o deixou paraplégico

Philippe Streiff, AGS

Foto de: Rainer W. Schlegelmilch

O ex-piloto de Fórmula 1 Philippe Streiff faleceu nesta sexta-feira (23), aos 67 anos de idade. O francês participou de 55 GPs em sua carreira e conseguiu subir ao pódio em uma ocasião.

Leia também:

Streiff nasceu em 26 de junho de 1955 em Grenoble. Comemorou suas primeiras conquistas em campeonatos de base, com a francesa Ecurie-Motul-Nogaro. Em 1980 Streiff terminou em terceiro na Fórmula 3 francesa e em 1981 conquistou o título.  

O ex-piloto também competiu nas 24 Horas de Le Mans em 1981, chegou a fechar em segundo lugar dividindo um Rondeau-Cosworth com Jean-Louis Schlesser e Jacky Haran e em 1984 voltou ao pódio (deste vez em terceiro) em um Porsche.

Em 1983 e 1984, Streiff foi piloto de testes da Renault na Fórmula 1 e, ao mesmo tempo, pilotou pela equipe francesa AGS no Campeonato Europeu de Fórmula 2. Em 1984, ele venceu sua primeira corrida de Fórmula 2 em Brands Hatch (Grande Grã-Bretanha).

Streiff fez sua estreia na Fórmula 1 ao volante de um terceiro Renault no final da temporada de 1984 em Estoril, Portugal, graças ao seu trabalho como piloto de testes. O chefe da equipe Renault, Gerard Larrousse, tornou essa oportunidade possível, mas Streiff nunca chegou à bandeira quadriculada.

Só no final de 1985 conseguiu se firmar na Fórmula 1. Ligier encerrou sua relação com Andrea de Cesaris após onze corridas, devido ao alto número de acidentes em que o italiano havia se envolvido. Largando em Monza, Streiff ocupou seu lugar, terminando em décimo na estreia.

Philippe Streiff and Martin Brundle.

Philippe Streiff and Martin Brundle.

Nas corridas seguintes também esteve entre os dez primeiros, com um nono e um oitavo lugares, para os quais não foram atribuídos pontos na altura. Ligier faltou ao GP da África do Sul no outono, onde pilotou pela Tyrrell como substituto do recém-falecido Stefan Bellof.

No final da temporada em Adelaide (Austrália), Streiff sentou-se no Ligier novamente. Chegou à última volta nos lugares de honra, mantendo uma luta intensa com Jacques Laffite. Os dois motoristas acabaram colidindo e a suspensão da roda dianteira esquerda de Streiff foi danificada.

Apesar disso, Phillipe conseguiu salvar a terceira posição ao cruzar a linha de chegada com apenas três rodas. Foi seu primeiro e único pódio na Fórmula 1, e sua manobra não foi suficiente para Guy Ligier renová-lo para 1986.

Streiff encontrou refúgio na Tyrrel, onde ficou em 1986 e 1987. Nos dois anos acumulou quatro pontos. O melhor resultado foi o quarto lugar em Hockenheim em 1987.

Grave acidente durante um teste em Jacarepaguá para AGS

Em 1988, Streiff mudou para AGS, mas o carro francês não era competitivo. O ano foi marcado por fracassos. Em meados de março de 1989, várias equipes viajaram ao Brasil para testar pneus para a Goodyear, no circuito de Jacarepaguá.

Em uma curva rápida, a suspensão traseira esquerda do AGS quebrou. O carro derrapou para a esquerda, bateu no guard rail e saiu voando, girando várias vezes. A barra de rolagem não resistiu ao forte impacto.

Os primeiros socorros não foram adequados e Streiff teria levado uma hora para chegar ao centro médico, que ficava a cerca de 20 quilômetros da pista. Apesar de ter passado por uma cirurgia de emergência, Streiff permaneceu paraplégico a partir de então e passou o resto da vida em uma cadeira de rodas. Esse acidente ocorreu em 15 de março de 1989. Nunca foi totalmente esclarecido se a falta de primeiros socorros agravou lesões na coluna e causou paralisia.

Sua esposa, apoiada por Alain Prost, defendeu centros médicos em todas as pistas do campeonato. Após o acidente de Martin Donnelly em Jerez em 1990, esta medida acabou por ser implementada.

Após esse grave revés, Streiff continuou envolvido no automobilismo e fez campanha pela segurança nas estradas. Ele também organizou o famoso Paris-Bercy Kart Masters, disputado entre 1993 e 2001.

Bastidores da possível 'volta' da Honda à F1, como montadora ou equipe própria

Quer fazer parte de um seleto grupo de amantes de corridas, associado ao maior grupo de comunicação de esporte a motor do mundo? CLIQUE AQUI e confira o Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube. Nele, você terá acesso a materiais inéditos e exclusivos, lives especiais, além de preferência de leitura de comentários durante nossos programas. Não perca, assine já!

Podcast Motorsport.com debate os pilotos destacados da F1 2022; ouça já!

 

ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:

Faça parte da comunidade Motorsport

Join the conversation
Artigo anterior Com bicampeão mundial e estrela da Indy, Andretti revela dupla dos sonhos para entrar na F1
Próximo artigo F1 - Hamilton relembra tormenta com W13: "Era como se houvesse um fantasma"

Principais comentários

Ainda não há comentários. Seja o primeiro a comentar.

Cadastre-se gratuitamente

  • Tenha acesso rápido aos seus artigos favoritos

  • Gerencie alertas sobre as últimas notícias e pilotos favoritos

  • Faça sua voz ser ouvida com comentários em nossos artigos.

Motorsport prime

Descubra conteúdo premium
Assinar

Edição

Brasil