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Pilotos consideram suspensão de Grosjean dura, mas necessária

Colegas acreditam que principalmente quem veio da GP2 recentemente anda exagerando a dose na agressividade

Gancho de Grosjean foi o primeiro de um piloto de F-1 desde 1994

Forte, mas necessária. A primeira suspensão de um piloto na Fórmula 1 em 18 anos, imposta a Romain Grosjean por causar o acidente que tirou três pilotos na largada do GP da Bélgica, deu o que falar no paddock em Monza.

Ainda na Bélgica, o líder do campeonato, Fernando Alonso, que viu o carro do francês passar a centímetros de seu capacete, afirmou que a conduta de Grosjean era fruto da “cultura da GP2”, categoria da qual foi campeão em 2011, e pediu que os comportamentos dos colegas na pista fossem revistos.

“Acho que Fernando tem razão em parte porque as corridas de GP2 estão impressionantes”, afirmou Sergio Perez, vice-campeão da categoria em 2010. “Não sei se é porque não estou mais dentro da corrida, mas não lembro de serem tão loucas e perigosas antes. Eles vão no limite, pilotam como se estivessem em karts.”

Outro que apoiou a opinião de Alonso foi seu companheiro na Ferrari, Felipe Massa. “Agora, todos vão pensar três vezes antes de arriscar numa largada. Foram muitos erros, e não falo apenas de Grosjean, sendo a maior parte de quem chegou da GP2”, apontou o brasileiro. “Por um lado, vimos um piloto perder uma corrida por um erro na largada, pelo qual tinha de ser penalizado de alguma forma para aprender. A pena foi dura, mas serve como exemplo para todos os pilotos que chegaram da GP2 e que foram os que mais se envolveram em problemas. Isso é um gancho forte, mas é um caminho. [A educação] tem que vir lá de baixo, da GP2. A corrida de sábado deles foi um desastre, em que tudo aconteceu. Concordo em 100%. O piloto tem que chegar com uma noção mais calma.”

Para Bruno Senna, a pressão em cima destes pilotos mais jovens tem de ser levada em consideração, mas é importante haver uma aplicação consistente das regras. “Sempre há acidentes nestas categorias de apoio, mas o importante é os pilotos aprenderem quando erram. Quando você está na GP2, que é o último palco antes da F-1, às vezes você exagera porque tem que se provar, mas todos têm de aprender que deve haver respeito entre os pilotos e é algo que tem de ser ensinado desde o começo.”

Campeão da GP2 há dois anos, o piloto que mais punições recebeu na F-1 em 2012, Pastor Maldonado, reclamou da falta de consistência na aplicação das penas. “Na GP2, os comissários não eram tão duros quanto estão sendo, sobretudo, neste ano, pois ano passado já estava na F-1 e eles não eram assim. Isso não é negativo, só precisamos nos adaptar ao que eles querem”, destacou o venezuelano, penalizado em cinco oportunidades apenas por atrapalhar outros pilotos. “Sempre soubemos o que se pode ou não fazer. O que não sabemos é como os comissários vão avaliar.”

Companheiro de Grosjean, Kimi Raikkonen mostrou não concordar com a decisão de suspender seu companheiro. "Acidentes infelizmente fazem parte das corridas. As pessoas tentam ganhar posições, principalmente nas largadas, porque ganhando posições na largada nossa vida fica mais fácil, por isso é o momento com maiores riscos em uma corrida. Mas acidentes acontecem de qualquer jeito, às vezes podem ser evitados, outra vezes não”.

Novato na F-1 neste ano, Daniel Ricciardo reconheceu que a punição a Grosjean, que volta na próxima etapa, em Cingapura, foi dura, mas acredita que seja algo bem-vindo. “É obviamente um aviso forte. Mas, no final das contas, você tem de achar um limite e, pelo menos, agora sabemos o que podemos ou não fazer. Isso, porém, não muda nossa mentalidade. Se tivermos uma chance, aproveitaremos”, garantiu o piloto da Toro Rosso. Prefiro que seja assim do que ter áreas cinzentas no regulamento. Faz 18 anos desde que tivemos a última punição do tipo, mas pelo menos sabemos como nos comportar. “Corremos há tempo o bastante para saber o que está dentro dos limites. Talvez, se fosse o primeiro incidente do Grosjean neste ano, teriam reagido de maneira diferente. Como não foi, eles foram mais duros”, acredita.

O limite entre ser agressivo e colocar a vida de outros pilotos em risco é a lição que precisa ser aprendida, de acordo com Bruno Senna. “O mais importante é o respeito entre os pilotos, saber que nossas vidas estão em risco e que temos de dar espaço um para o outro. É claro que o fato dos carros serem muito mais seguros elimina boa parte do seu medo de bater porque, na maioria das vezes, sai andando. Antigamente, não tinha isso. Ainda assim, os pilotos têm de continuar com a perspectiva de que estamos em um esporte perigoso e evitar agir na pista com excesso de agressividade.”

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