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Raridade, bandeira vermelha sem chuva confunde pilotos e comentaristas

Regulamento pouco claro faz TVs se atrapalharem durante a corrida; Mark Webber e Jenson Button reclamam da permissão de trocar os pneus antes da relargada

Prova foi paralisada a seis voltas do final

 

As dúvidas durante a bandeira vermelha no GP de Mônaco, no último domingo, foram tantas que os narradores não sabiam ao certo o porquê dos carros estarem com pneus novos. Nem os pilotos entenderam muito bem o que estava acontecendo. O TotalRace acompanhou ainda as transmissões das TVs brasileira (Globo), espanhola (La Sexta) e inglesa (BBC).

Na BBC, o comentarista David Coulthard frisou que as equipes “podem trocar até partes da asa porque a corrida começou e eles já não estão em condições de parque fechado”, referindo-se ao trabalho no carro de Lewis Hamilton. “A regra 41.4 diz que carros podem ser trabalhamos em bandeira vermelha, só não podem ser lavados ao pitlane. Não sei se eles podem trocar pneus. Acho que não podem”, completou seu colega Martin Brundle.

Com a intervenção do repórter Ted Kravitz, que questionou alguns engenheiros, a situação ficou clara para os ingleses. “Eles disseram que pode mudar o que quiser.”

O narrador da La Sexta, Antonio Lobato, também foi procurar no regulamento e chegou à mesma conclusão de Brundle: os carros poderiam ser modificados, mas os pneus, não. No reinício da prova, os comentaristas Marc Gené e Pedro De La Rosa criticaram o regulamento. “É uma grande vantagem para Vettel. Se fosse para recomeçar a corrida para ver isso, era melhor terminar como estava antes”, afirmou o piloto de testes da Ferrari.

A regra que confundiu ambos, de número 41.4, diz que “os carros podem ser trabalhados assim que pararem no grid ou entrarem nos pits, desde que isto não impeça o recomeço da corrida.”

Na Globo, também houve surpresa e descontentamento, tanto em relação aos pneus, quanto ao fato de Hamilton ter a asa reparada. Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Luciano Burti acreditavam que nada poderia ser feito nos carros.

Não foi apenas quem transmitia o evento que não achou a regra justa. Mark Webber, em seu twitter, foi irônico. “Fiz duas corridas no domingo. Uma longa e uma curta. Na curta, você pode mudar asa, pneus motores... oops, cadê o regulamento de 1000 páginas?!”

Jenson Button foi outro que reclamou. Afinal, ele tinha os pneus mais novos entre os três líderes. “Não sabia dessa regra. Falei para a equipe: ‘ele mudou os pneus! Não pode fazer isso!’, mas daí me disseram que podia. Foi um pouco frustrante porque sabia que estava acabado. Deve ser culpa minha por não saber as regras.”

Situações como essa não são comuns. Nas últimas duas corridas que tiveram bandeira vermelha em função de acidentes, e não de chuva, uma estava suas últimas voltas e não foi reiniciada – GP do Brasil de 2003, após colisões do próprio Webber e de Fernando Alonso – e outra tinha apenas quatro voltas completadas – GP da Bélgica de 2001, quando Luciano Burti sofreu sério impacto.

Curiosamente, este também não é o primeiro GP de Mônaco cujo final, que prometia ser espetacular, foi atrapalhado por uma bandeira vermelha. Em 1984, a corrida foi interrompida após 31 voltas, debaixo de muita chuva. Naquele momento da prova, Ayrton Senna, de Toleman, e Stefan Bellof, num Tyrrell, vinham tirando de três a cinco segundos em relação ao líder Alain Prost. O brasileiro terminou a pouco mais de sete segundos do francês, enquanto o alemão acabou sendo desclassificado de quase todos os eventos da temporada por irregularidades em seu carro semanas depois. 

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