Red Bull explica onde FIA e F1 "falharam" no regulamento de 2026

Diretor técnico da equipe austríaca não se opõe à adesão da aerodinâmica ativa, mas vê isso como remendo para consertar falha original

Max Verstappen, Red Bull Racing RB19

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

O regulamento atual da Fórmula 1 seguirá mais ou menos estável pelos próximos dois anos em preparação para a revolução de 2026, quando veremos novos motores e chassi, que devem mudar por completo as regras do jogo. Mas, em meio à críticas ao novo modelo, a Red Bull reconhece que já é tarde demais para fazer mudanças, detalhando onde vê "falhas" por parte da FIA e da F1.

Quanto aos motores, o percentual de potência elétrica subirá para 50%, em pé de igualdade com o motor de combustão interna, enquanto o MGU-H desaparecerá e o combustível será 100% sustentável. A potência total será inferior em comparação ao modelo atual, mas isso causará também uma redução significativa da resistência aerodinâmica, buscando manter um rendimento similar ao de um F1 atual.

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Essas mudanças ainda não convenceram a todos, como o tricampeão Max Verstappen, que disse ao Motorsport.com na Áustria que não estava muito feliz com os novos planos.

Aerodinâmica ativa não pode ser um 'remendo' para a F1 em 2026

O holandês disse em 2023 que a redução das marchas em retas como a de Monza era uma ameaça séria dos futuros carros por causa da falta de potência provocada pelas mudanças no regulamento. Para evitar algo do tipo, foi necessário reduzir consideravelmente a resistência aerodinâmica dos carros, e a FIA, junto com a F1, consideram aumentar o uso da aerodinâmica ativa nas asas dianteira e traseira.

Christian Horner também advertiu que esse cenário pode ser evitado, ajustando a divisão percentual da potência do motor. Mas sua sugestão foi rebatida de forma negativa por alguns rivais.

Pierre Waché, diretor técnico da equipe, reconheceu ao Motorsport.com que já é tarde demais para uma modificação do tipo. As soluções precisam agora ser encontradas no chassi, enquanto adverte que a aerodinâmica ativa não pode servir como um 'remendo'.

"A importância da potência elétrica será muito alta em 2026, e não tem como aproveitá-la como em um carro elétrico, então a velocidade baixa muitíssimo, e a sensação não é tão boa. Digamos que, na F1, temos 350kW de energia elétrica e 400kW do motor de combustão. Se você consumir toda a parte elétrica, a potência total do motor cai quase que pela metade".

"A FIA está estudando como distribuir melhor a potência ao longo de uma volta. Além disso, a FIA está estudando as características do novo carro, para que ele tenha menos resistência aerodinâmica e mais carga aerodinâmica. Com menos carga, você consegue recuperar mais energia nas curvas, porque passa mais tempo freando. E com menos carga, você passa menos tempo nas retas".

Isso deve ser conquistado com a aero ativa, entre outras coisas. É um desenvolvimento no qual a Red Bull não se põe contra, mas defende que seja apenas uma medida provisória.

"Já usamos o DRS nas classificações como aerodinâmica ativa, enquanto o DRS na verdade não nos beneficia nas classificações. Talvez seja necessário outro elemento de aerodinâmica ativa em 2026, mas isso não me importa. O principal é que temos que olhar para o regulamento como um todo. Não podemos ir colocando remendo em cima de remendo".

"Não, primeiro temos que considerar o problema em conjunto e pensar: como podemos solucioná-lo, e que características precisamos para isso? Se perceberemos que é necessária uma solução provisória, ok. Mas esse não pode ser o ponto de partida".

FIA não criou ao mesmo tempo os regulamentos de motor e chassi

Pierre Waché e a Red Bull veem com uma grande falha o fato dos regulamentos de motores e de chassi não terem sido criados ao mesmo tempo. Em um primeiro momento, foi pensando o lado dos motores, para garantir a presença da Honda e da Audi, com o trabalho do regulamento técnico ficando para depois.

Segundo Waché, essa é uma forma equivocada de fazer as coisas: "Eles deveriam ter criado ambos os regulamentos ao mesmo tempo. Não quero culpá-los [FIA e F1] por isso, mas é o que há. Agora temos que enfrentar isso e, sobretudo, aprender para a próxima".

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