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"Schumacher nunca chegou perto de ser o que Ayrton era", diz ex-assessor

Byron Young trabalhou com o brasileiro nos tempos da Lotus: "Todos sabiam que seria uma grande estrela"

Ayrton Senna ainda estava na Fórmula Ford, em 1981, quando o jornalista Byron Young ouviu dizer que ele “seria um grande nome no futuro”. Mas demorou mais seis anos para que a convivência como assessor de imprensa para a equipe Lotus lhe mostrasse quem realmente era aquele menino tímido. Até hoje trabalhando na categoria, o inglês não duvida: “Para mim, ele é a maior estrela que já existiu, Schumacher nunca chegou perto de ser o que Ayrton era.”

Byron contou ao TotalRace que trabalhou com Senna em 1987, em seu último ano na Lotus antes de ir para a McLaren. “Todos já sabiam que ele seria uma grande estrela. Mas eu o conheci bem antes disso, quando ele ainda corria de Fórmula Ford em 1981 e eu trabalhava em Brands Hatch. Alguém me disse para prestar atenção nesse piloto, que seria um grande nome no futuro. Então eu o vi correr e era algo absolutamente incrível. Depois, subi até a cantina do circuito onde ele estava e vi um cara magricelo, ainda bem diferente do sujeito atlético que ele se tornou quando estava na F-1, muito tímido, sentado num canto do bar. Foi interessante, não havia muita badalação em torno dele.”

Anos depois, já empregado na Lotus, Byron foi à casa que Senna dividia com Maurício Gugelmim e a esposa. “Ele vivia em uma casa num bairro bom em Surrey. Entrei lá e vi na sala uma coleção enorme de troféus reluzentes, quase que era necessário colocar óculos escuros para passar por ali. Imagino que eram troféus do Ayrton e do Maurício também. Mas foi incrível. Ela estava no jardim brincando com um avião de controle remoto, algo que ele adorava. Achei ele uma pessoa muito legal logo de cara.”

O que impressionou o jornalista foi a maneira como Senna era tão metódico com os detalhes das corridas em si, quanto fora delas. “Para mim, ele é a maior estrela que já existiu, Schumacher nunca chegou perto de ser o que Ayrton era. Ela era um ser humano e um piloto incríveis. E estava sempre interessado nos pormenores do trabalho que fazíamos com ele. Tínhamos um acordo que ele faria dez aparições em eventos nossos a cada final de semana. E se num deles havia onze eventos, ele questionaria porque estava fazendo um a mais e dizia que só faria nove na corrida seguinte. Mas era algo feito de maneira aberta, sem nenhum tipo de rancor.”

A experiência foi bem diferente no ano seguinte, quando Byron trabalhou com outro brasileiro, Nelson Piquet. “Ele era muito de lua: divertidíssimo algumas vezes e péssimo de estar do lado em outras. Ayrton era sempre estável, concentrado no trabalho. E o interesse que ele despertava nos fãs era incrível. Ganhamos duas corridas naquele ano, em Detroit e em Mônaco, e era eu quem o levava ao pódio, carregava depois a garrafa de champanhe. E você cria um vínculo com a pessoa num trabalho assim, ainda mais que eu via quanto ele era dedicado ao trabalho. Quando chegamos no hotel em Detroit, havia uma pilha gigantesca de cartas que chegaram desde a prova do ano anterior. E ele abria uma por uma.”

Era a mesma atenção ao detalhe que o brasileiro demonstrava em seu trabalho como piloto. “Lembro-me também dele fazer mapas de mudança de marchas. Ele se sentava com o traçado de um circuito no papel, fechava os olhos e ia repassando a volta e assinalando as marchas em cada trecho. E em alguns circuitos ele voltava ainda mais na memória e comparava com as marchas que usava na Fórmula 3 ou na F-Ford. Era incrível.”

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