Imbatível na F3, Pedro Piquet faz malas para correr na Europa

Após se sagrar bicampeão de Fórmula 3 no último domingo em Campo Grande, o piloto de 17 anos conversou com o Motorsport.com

Nelson e Pedro Piquet

Nelson e Pedro Piquet

Luca Bassani

Pedro Piquet
Pedro Piquet bicampeão da F3 Brasil
Pedro Piquet
Pedro Piquet acelera o carro #4 de Gui Affonso na qualificação
Pódio corrida 1
Pedro Piquet
Pedro Piquet
Pedro Piquet
Pedro Piquet
Piquet vence outra em Santa Cruz do Sul
Pedro Piquet em Santa Cruz do Sul
Pedro Piquet comemora a vitória

Dois anos, dois títulos e 22 vitórias – nove delas consecutivas. Pedro Piquet dominou a Fórmula 3 Brasil nestas últimas duas temporadas, o que o credencia a ser a nova esperança brasileira no automobilismo europeu.

Após confirmar seu título com duas vitórias na etapa de Campo Grande (MS) no último final de semana, Pedro concedeu entrevista ao Motorsport.com e se confessou ansioso para virar a página na carreira.

Motorsport: Bicampeão da Fórmula 3 Brasil. A que atribui essas conquistas?

Pedro Piquet: Isso mostra o nosso trabalho. Acho que nunca tivemos uma superioridade tão grande, alguém ganhando tanto como ganhamos nestes dois anos. Isso mostra o quanto treinamos e nos preparamos. Temos sido os mais rápidos desde o ano passado. Estou feliz. Vi o quanto melhorei nestes anos, e estou indo preparado para a Europa.

M: E agora, qual o plano para o ano que vem?

PP: Vamos fazer a Fórmula 3 europeia, a FIA Fórmula 3. Tem só ela e a Fórmula 3 Open. Estamos tentando fechar com um time bom. Estamos treinando bastante desde o ano passado. Lá é uma categoria que, se formos bem, podemos ganhar em qualquer lugar.

M: Você uma vez disse que seu pai só deixaria você correr no exterior quando terminasse a escola americana que você faz. Acabou já?

PP: Não. Termino em março do ano que vem. Vou terminar no limite para ir para a Europa.

M: Um dos maiores dilemas para os jovens pilotos é o último degrau para a Fórmula 1. A GP2 tem perdido a importância. Qual a sua opinião?

PP: É difícil falar. Porque, para chegar na Fórmula 1, você tem de andar com o pneu deles - o Pirelli, que acaba rápido e tal. Você tem de saber andar mais na manha. Na GP2, você não pode forçar muito – até não gosto muito disso. Já na Fórmula Renault eles têm o pneu Michelin, que você pode andar a corrida inteira ao máximo. Acho que para aprender a guiar um carro grande no limite e chegando ao máximo, talvez o Fórmula Renault seja até melhor. Mas para se preparar para a F1 tem de ir para a GP2.

M: Como vê o nível da Fórmula 3 Brasil?

PP: Acho que melhorou bastante desde 2013, quando tínhamos o Felipe Guimarães – que foi campeão e era muito rápido. No ano passado tivemos um bom nível e neste ano também. Acho que a média de idade diminuiu, vieram meninos mais novos do kart – algo bom para o Brasil. Mas, mesmo assim, acho que todos nós aqui estamos em um nível abaixo do que é na Europa.

M: O seu pai sempre vem às suas corridas. O que ele faz, tenta te ajudar mais do lado psicológico ou do técnico também?

PP: Geralmente quando estamos em primeiro ele não fala nada, não. Mas quando temos uma diferença pequena, ou quando estamos em segundo, terceiro ou quarto, ele pergunta como está o carro, como dá para melhorar. Ele tenta ajudar, mas sabe o lugar dele. Ele é pai, não é engenheiro e nem mecânico.

M: Sente a pressão de ser filho dele?

PP: Foi mais quando era pequeno isso, com sete ou oito anos de idade no kart. Você não é maduro o bastante ainda, e fica com aquela coisa. Mas hoje, indo para a Europa, você, sendo filho de quem quer que seja, é tratado igual. Ninguém consegue bater em você de propósito. No kart o pessoal ainda conseguia. Se alguém bater em você, quebra o carro também. Mas estou focado em fazer uma carreira boa.

M: O pessoal jogava duro com você no kart?

PP: Jogava sim.

M: Como tem sido fazer a Porsche Cup (incluindo corridas no exterior, na Áustria e Hungria) em paralelo com a F3 neste ano?

PP: A Porsche é uma categoria boa. Mas, claro, o carro não se compara ao Fórmula 3, ele é bem pior de freada e em curvas de alta, mas é bom para as corridas, para as disputas. É tudo mais próximo, os carros são idênticos. Acho que talvez atrapalhe um pouco nas primeiras voltas, e até tenho de começar a pensar nisso. Treinei algumas vezes de Porsche e fui treinar de Fórmula 3 em seguida e no primeiro dia as coisas não deram muito certo. Meu engenheiro não gosta que eu corra de Porsche, mas faço isso só para pegar a manha de correr e disputar. Para me manter ativo.

 

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