Coluna do Pietro Fittipaldi: teste de aprendizado na F-E

Colunista do Motorsport.com, Pietro Fittipaldi analisa sua primeira experiência em um carro de Fórmula E, quando foi o segundo mais veloz no teste de novatos em Marrakesh.

Pietro Fittipaldi, Jaguar Racing

Pietro Fittipaldi, Jaguar Racing

Zak Mauger / Motorsport Images

Pietro Fittipaldi, Jaguar Racing
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No último domingo, recebi a ótima oportunidade de experimentar o carro da Jaguar da Fórmula E no teste de novatos em Marrakesh.

Foi um dia realmente atarefado por todo o paddock, com as equipe fazendo todo tipo de trabalho de desenvolvimento e tendo de ajustar seus cronogramas devido à chuva na parte da manhã.

Na Jaguar, fui escalado ao lado de Paul di Resta, que foi extremamente legal e uma ótima parceria de trabalho, já que é um piloto com muita experiência e que pôde me dar conselhos.

Meu bom amigo Nelsinho Piquet também estava lá como piloto regular da equipe, e eu não posso agradecê-lo o suficiente – ele me conduziu durante o teste e me ajudou a pegar o jeito o mais rapidamente possível.

Fiquei feliz por ter completado muitos quilômetros e ter feito um trabalho de desenvolvimento para a equipe, mas também foi legal ter conseguido uma volta sólida e terminar o dia em segundo lugar.

Como o pelotão estava bem competitivo para o teste – com vários pilotos experientes e talentosos –, foi crucial ter uma performance forte, e espero que isso possa me abrir mais portas na Fórmula E mais para frente.

Claro, Nico Muller, da Audi, ficou um pouco à frente em primeiro lugar. Não sei onde ele achou aquela volta, mas sei que ele chamou atenção no paddock, especialmente porque as condições da pista não estavam tão boas depois da chuva.

Primeiras impressões

Foi minha primeira vez guiando um carro movido a bateria e eu fiquei realmente impressionado. Ele tinha boa potência – eu esperava menos – e a sensação de velocidade existiu.

Como a categoria corre nesses circuitos apertados de rua, tudo acontece muito rapidamente no carro. As curvas vêm rapidamente e você está sempre perto do muro, então muita coisa acaba compensando a falta de velocidade final.

Mas a parte mais prazerosa foi que o carro parecia lidar muito bem com ondulações e zebras, de modo que parecia que eu estava em um circuito normal, de superfície suave. Você pode guiar de forma bem agressiva, e é isso que torna tudo tão divertido.

Não ter barulho no motor pareceu estranho em um primeiro momento, mas você se acostuma e pouco depois parece ser algo do futuro.

Isso também te permite ouvir outras coisas. Por exemplo, havia um hairpin na curva 10, muito apertado. Normalmente em curvas assim, se você está com um carro convencional, você contorna a curva e não consegue ouvir o que os pneus estão fazendo.

Com este carro, a cada curva que você contorna, parece que você tem um sexto sentido. É possível ouvir os pneus deslizando antes de começar a sentir o carro sair de traseira, então você percebe, de alguma forma, que está extrapolando o limite.

Os pneus sulcados da Michelin são a grande diferente. Com os slicks, se você não usa cobertores térmicos, normalmente você precisa aquecer os pneus e os freios ao mesmo tempo. Normalmente isso leva uma ou duas voltas, aí então você começa a forçar.

É diferente se você está em uma corrida, com certeza. O pneu muda e você precisa adaptar muito a sua pilotagem. Mas, digamos, ele não se desgasta da mesma forma que um pneu slick se desgasta em Jerez. Quando você corre em um carro de Fórmula E, você tem preocupações maiores – consumo de energia e recarregar a bateria.

Essa é provavelmente a parte mais difícil. Há abordagens diferentes com que você pode andar em ritmo de corrida com seu estilo – se você quer frear mais forte e fazer uma curva em formato de “V” ou se você quer carregar mais velocidade na curva; se você quer deixar o carro rolar; onde você quer recuperar energia... Há muitos ajustes diferentes que você pode fazer e que a equipe te dá.

Você não somente precisa se concentrar em guiar rápido, no tráfego, mas no consumo de energia, até mesmo no consumo de pneus, a regeneração da ateria... É tudo muito sofisticado.

Ter dois carros foi algo que eu achei um pouco incomum, mas muito legal. Em monopostos, você vê com frequência pilotos dizendo que um chassi em especial está ruim (e às vezes realmente está rachado), e você só descobre isso após algumas corridas com performance ruim.

Em categorias de base, quando algo está errado, mandamos o chassi à fabricante, eles consertam, mandam de volta e lá vamos nós de novo.

Aqui, foi legal poder, pela primeira vez, fazer uma comparação direta entre dois chassis – apesar de que, neste caso, não senti muita diferença.

Uma opção para seguir em frente

A experiência na Fórmula E pode ser comparada com o meu teste no LMP1 da Porsche, e eu fiquei impressionado com o nível extremamente alto da categoria, de seus pilotos e de suas equipes.

Muitas equipes estão investindo muito, muita gente está trabalhando nos bastidores para tentar desenvolver o máximo que puderem, em todos os sentidos, seja ele no ajuste do carro, no trem de força, no motor da bateria.

E ela está crescendo enquanto categoria. Haverá mais montadoras para a quinta temporada, então o nível somente tende a subir mais e mais.

No futuro, se houver uma oportunidade de fazer a Fórmula E, eu, claro, ficaria aberto a isso – especialmente levando em conta o quão bom o teste foi e tudo o que aprendi.

Eu gosto da categoria. Acho que meu estilo de pilotagem casou bem com o carro, tudo foi muito bem no teste. Claro, ao mesmo tempo, ainda tenho meus olhos voltados à F1.

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