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ESPECIAL: A carreira e o legado de Danica Patrick

Piloto que encerra a carreira nas pistas no próximo domingo demonstrou desde o início, dentro e fora das pistas, que poderá ser a maior inspiradora para futuras gerações

Danica Patrick, Ed Carpenter Racing Chevrolet

Danica Patrick, Ed Carpenter Racing Chevrolet

Michael L. Levitt LAT Photo USA

No próximo domingo, assim que conhecermos o vencedor da 102ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, chegará ao fim a carreira de uma das pilotos mais importantes das duas últimas décadas: Danica Patrick. Nascida em Roscoe, Illinois, ela passou por categorias de monopostos na Inglaterra, até começar a traçar o caminho para a Indy, em 2003 e 2004, na Fórmula Atlantic, conseguindo terminar na terceira posição em seu último ano.

De 2005 a 2011, ela foi sempre uma das mais procuradas pelos fotógrafos e cinegrafistas que cobriam a Indy, pelo fato de ser uma das mulheres do grid, o que não é uma novidade no esporte nos Estados Unidos, mas também porque, ao contrário do que se previa, ela conseguiu bons resultados logo de cara, com poles no Kansas, Kentucky e Chicago, logo no ano de novata.

A escalada continuou com três pódios em 2007 pela Andretti Green, dois terceiros lugares, Texas e Nashville, e uma segunda colocação em Detroit.

O seu maior feito aconteceu no ano seguinte, quando a Indy foi a Motegi, no Japão. A prova - que estava prevista para acontecer no dia 19 de abril, mas foi adiada para o dia 20 por causa da chuva era a última corrida da IRL, já que a série havia voltado a se juntar com a Champ Car e voltaria a se chamar Indy no ano seguinte. Na época, com 26 anos, Danica aproveitou a estratégia de combustível e superou Helio Castroneves, faltando apenas três voltas para o fim.

Danica ainda conseguiu um terceiro lugar na Indy 500 de 2009 e dois segundos lugares no ano seguinte, no Texas e em Homestead-Miami. Em 2010 ela chegou a liderar em Indianápolis, feito que já havia conseguido também em seu primeiro ano na categoria, em 2005.

Mas 2010 foi marcado pela mudança de categoria, que a acompanharia até o início de 2018. Pela NASCAR Xfinity Series, ela fez 13, de 35 provas, experimentando um carro completamente diferente do que já tinha corrido. Em 2011, veio seu melhor resultado na categoria, um quarto lugar em Las Vegas e mais três top-10.

Contrariando o que a piloto Carmen Jordá disse em março, alegando que pilotos do sexo feminino não têm condições de conseguir bons resultados por conta da exigência física, Danica Patrick estreou na principal divisão da NASCAR em 2012, fazendo 10 de 36 provas, enquanto fazia a temporada completa da Xfinity.

Patrick entrou para valer na Cup em 2013 e já conseguindo a pole position das 500 Milhas de Daytona e finalizando a maior corrida da categoria no oitavo posto.

Pela Cup foram 191 provas, recorde para uma mulher, com sete top-10. Danica superou – e muito – a marca de Janet Guthrie que correu 33 provas e também é a piloto que mais vezes chegou entre os dez primeiros, derrotando a própria Guthrie, que conseguiu cinco. Danica segue sendo a única mulher a conseguir uma pole na NASCAR em toda a história, que teve mulheres competindo desde a primeira temporada, em 1949.

Com dificuldades de bons resultados e de patrocínio, o ano de 2017 foi o último de Patrick dentro da NASCAR, com a decisão da piloto em abandonar a carreira em 2018, fazendo apenas as 500 Milhas de Daytona, em fevereiro, e as 500 Milhas de Indianápolis.

Fora das pistas

Mesmo Indy e NASCAR tendo em suas histórias a presença constante de mulheres, Danica sempre chamou a atenção dos fãs e da imprensa. De 2005 a 2010 ela venceu o prêmio piloto mais popular da Indy, conseguindo o mesmo em 2012 pela Xfinity Series. Na NASCAR, apesar do domínio de Dale Earnhardt Jr. como piloto mais popular da categoria principal por 15 anos, Danica rivalizava com Junior no número de fãs nas redes sociais.

Patrick também sempre foi adepta e promoveu o estilo de vida consciente, lançando em 2018 o livro “Pretty Intense: The 90‑Day Mind, Body and Food Plan That Will Absolutely Change Your Life”, em companhia com Stephen Perrine. Além disso, uma pequena passada nas redes sociais da piloto mostra sempre postagens referentes a exercícios físicos e alimentação saudável.

Ao mesmo tempo, Danica também tem uma marca de vinhos, a Somnium, que é produzido em Santa Helena, na Califórnia, região onde estão os melhores vinhos produzidos pelo país.

Sendo uma ícone que transcendeu o esporte, a vida amorosa de Danica também sempre rendeu espaço na mídia. De 2005 a 2012 ela foi casada com Paul Edward Hospenthal, fisioterapeuta que a piloto conheceu no consultório do especialista para curar uma lesão adquirida na ioga.

Em seguida, coincidindo com sua passagem pela NASCAR, Danica namorou o piloto Ricky Stenhouse Jr., seis anos mais novo que ela. Em fevereiro de 2018 ela assumiu o namoro com o quarterback do Green Bay Packers, Aaron Rodgers.

Contribuição ao esporte

Em dezembro de 2017, Bia Figueiredo ressaltou ao Motorsport.com a importância de se aumentar o número de pilotos do sexo feminino, para assim, garantir também melhores resultados no futuro.

“A gente precisa crescer essa porcentagem [de mulheres no grid]. Eu sou a única mulher na Stock Car, logo, a minha chance de vencer é muito menor do que se tivessem 10 mulheres.”

“Então a gente precisa aumentar esse número no automobilismo para que o investimento também chegue, para que nas categorias mistas, elas possam conseguir competir de igual para igual”, disse Bia.

Mais do que os resultados que não vieram, principalmente na NASCAR em uma equipe de ponta como a Stewart-Haas, Danica Patrick sempre foi o exemplo correto utilizado como um caso de sucesso no automobilismo.

Muito disso pelo fato de transcender o esporte a motor e ser considerada um ícone como um todo e não somente no automobilismo.

A última demonstração foi a escolha da ESPN Americana, que terá a piloto como apresentadora do ESPYS, no dia 18 de julho, evento que premia os principais destaques dos esportes americanos e notadamente não dá grande importância ao automobilismo.

Será que Danica vai conseguir aumentar o interesse feminino no esporte após receber a bandeira quadriculada pela última vez no próximo domingo?

Danica Patrick durante Celebrity Race em 2002

Danica Patrick durante Celebrity Race em 2002

Foto de: Jack Durbin

Em 2004, durante prova da Fórmula Atlantic em Long Beach

Em 2004, durante prova da Fórmula Atlantic em Long Beach

Foto de: Earl Ma

Danica dá autógrafo em sua estreia na Indy, em Homestead, em 2005

Danica dá autógrafo em sua estreia na Indy, em Homestead, em 2005

Foto de: Michael Voorhees - IRL

Danica Patrick (à direita) durante estreia na Indy

Danica Patrick (à direita) durante estreia na Indy

Foto de: Jack Durbin

Vitória histórica na Indy, em Motegi, Japão

Vitória histórica na Indy, em Motegi, Japão

Foto de: Shawn Payne

Podium: race winner Danica Patrick celebrates

Podium: race winner Danica Patrick celebrates

Foto de: Shawn Payne

Podium: race winner Danica Patrick celebrates with Helio Castroneves and Scott Dixon

Podium: race winner Danica Patrick celebrates with Helio Castroneves and Scott Dixon

Foto de: Shawn Payne

Estreia de Danica na NASCAR Xfinity Series em Daytona, em 2010

Estreia de Danica na NASCAR Xfinity Series em Daytona, em 2010

Foto de: Eric Gilbert

Danica lidera pelotão na Daytona 500 de 2013, prova em que foi a pole position

Danica lidera pelotão na Daytona 500 de 2013, prova em que foi a pole position

Foto de: Eric Gilbert

Em sua corrida de despedida na NASCAR, nas 500 Milhas de Daytona de 2018

Em sua corrida de despedida na NASCAR, nas 500 Milhas de Daytona de 2018

Foto de: Alexander Trienitz

Durante os treinos das 500 Milhas de Indianápolis de 2018

Durante os treinos das 500 Milhas de Indianápolis de 2018

Foto de: Michael L. Levitt LAT Photo USA

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