Opinion

ANÁLISE: Cinco pilotos que têm muito a provar na MotoGP 2024

Há muito na pista para ficar animado com a MotoGP, mas há muitas coisas fora dela também, com o mercado de pilotos pegando fogo! Por isso, vários pilotos precisam se provar para o futuro

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Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

A temporada 2024 da MotoGP está chegando, e todos os olhos estão focados em Marc Márquez em sua estreia na Ducati com a Gresini. A mudança do hexacampeão da Honda para a satélite da marca italiana vem dominando o noticiário desde os primeiros rumores, em setembro do ano passado. Após os testes, a grande questão é o quão longe ele está da primeira vitória com uma Desmosedici, e se isso é realista de se esperar.

Mas 2024 traz mais intrigas do que apenas Márquez. Este deve ser um ano frenético do mercado de pilotos, com a maioria dos contratos de fábrica em jogo no fim do ano. Com isso, os holofotes ficam focados em vários candidatos que tentarão mostrar por que merecem uma vaga no grid.

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Há apenas quatro pilotos garantidos para além de 2024: Francesco Bagnaia na Ducati e Brad Binder na KTM, com contratos para 2026, Johann Zarco na LCR Honda e Luca Marini na Honda até 2025. Para o resto, é temporada de caça, mas muitos não precisam esperar muito para resolverem seu destino, como provado por Pecco.

Antes do GP do Catar, o Motorsport.com fez um ranking dos cinco nomes que precisam de um bom 2024.

5. Jack Miller - KTM

Miller teve apenas um pódio em 2023

Miller teve apenas um pódio em 2023

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Jack Miller está em uma posição infeliz, porque parece que seus dias como piloto oficial da KTM estão contados. Segundo o Motorsport.com Espanha, Pedro Acosta tem uma cláusula em seu contrato que o permite buscar outras oportunidades se a KTM não lhe der a vaga na equipe em 2025.

Se Acosta provar ser o talento que todos esperam que seja, seja já ou em alguns anos, potencialmente perder um piloto que você vem cuidando desde as categorias de base seria um grande golpe para a KTM. E com Brad Binder garantido até o fim de 2026, sobre apenas uma moto.

Miller poderia ainda seguir na KTM, seja com uma ida para a Tech3 GasGas ou caso a KTM finalmente consiga a autorização para criar uma segunda satélite. Mas, com ofertas de montadoras na mesa, Miller precisa mirar alto.

Mas ele precisa dar um grande passo adiante em seu segundo ano com a RC16. Três vitórias em cinco anos com a Ducati representam pouco de um piloto muito veloz, e apenas um pódio com a KTM em 2023 foi uma decepção. Ele pode fazer melhor e, se as coisas tivessem ido um pouco diferentes em Valência, ele começaria 2024 como o vencedor do último GP de 2023.

A KTM parece ter avançado bem na pré-temporada, mas seu potencial real ainda não foi visto. Se conseguir ser uma ameaça constante para pódios, Miller precisa fazer mais do que nunca para ser considerado pelas montadoras.

4. Enea Bastianini - Ducati

Bastianini teve um 2023 muito impactado pelas lesões, mas ainda assim conquistou uma vitória

Bastianini teve um 2023 muito impactado pelas lesões, mas ainda assim conquistou uma vitória

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

O período de Enea Bastianini na MotoGP é a prova pura de como você é tão bom quanto seu último resultado. Uma peça quente em sua estreia em 2021, como campeão da Moto2, ele teve um ótimo segundo ano com a Gresini, com quatro vitórias e a briga pelo título, que lhe garantiu a promoção para a Ducati em 2023.

Mas uma lesão na primeira sprint do ano, que não foi sua culpa, em Portugal, jogou fora sua temporada. Perdendo os cinco primeiros GPs e mais três para outra lesão no meio do ano, sua adaptação, indo da Desmosedici de 2021 direto para a de 2023, foi difícil.

Por isso, ele não teve a chance de entender mesmo a frenagem da Ducati de 2023. Uma boa performance na Malásia lhe deu mais uma vitória, e ele teve uma boa pré-temporada com a GP24, que parece casar melhor com seu estilo.

Mas isso não tira o fato de que, se Jorge Martín tivesse sido campeão com a Pramac em 2023, Bastianini teria sido enviado para a Pramac neste ano. E com Martín dificilmente seguindo com a satélite em 2025, buscando uma vaga em equipe oficial, Bastianini tem um grande alvo em suas costas na única moto da Ducati disponível.

Martín, claro, não é o único piloto da Ducati buscando roubar a vaga, tendo inclusive Marc Márquez nessa briga. Por isso, ele precisa entregar, seja lutando pelo título ou sendo um ótimo segundo piloto para Bagnaia.

3. Maverick Vinales - Aprilia

Viñales não vence desde o começo de 2021

Viñales não vence desde o começo de 2021

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Ambos os pilotos da Aprilia encerram seus contratos no fim do ano, mas sob circunstâncias bem diferentes. Aleix veio no ano passado considerando que estaria iniciando seu último contrato, mas venceu duas corridas em 2023 com a Aprilia. Mesmo estando no fim da carreira, Espargaró continua se provando valioso para a equipe, e a Aprilia seria besta de demití-lo caso ele queira seguir.

Mas Maverick Viñales, mesmo sendo um belo ativo para a gerência da Aprilia, não vem entregando em seu período com o time italiano. Ele não vence um GP desde Catar 2021, em seu último ano com a Yamaha, há 1074 dias.

Já se passaram 53 GPs, com sete pódios (nove se contar as sprints). Ele ficou a apenas dois pontos de Aleix ano passado mas, frequentemente, ele vem dizendo à imprensa que sente ter uma moto para lutar lá na frente, mas que não entrega o que precisa.

Em 2024, a RS-GP parece ter dado mais um passo, com Aleix afirmando ser a melhor Aprilia que já teve. Maverick teve uma pré-temporada diferente, mesmo mostrando uma velocidade decente. Mesmo tendo apoio interno, é uma montadora que está na MotoGP há dez anos e que se aproxma de uma luta pelo título.

Com grandes nomes no mercado para 2025, a Aprilia precisa ser cuidadosa ao considerar seu próximo passo. E Viñales precisa provar ser o piloto que afirma ser para justificar sua manutenção.

2. Joan Mir - Honda

Contrato de Mir acaba neste ano e Honda espera que ele assuma papel de líder

Contrato de Mir acaba neste ano e Honda espera que ele assuma papel de líder

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

O primeiro ano de Joan Mir com a Honda foi desesperador. O campeão de 2020, que assinou um acordo de dois anos após a decisão da Suzuki de sair da MotoGP, fez apenas 26 pontos em 2023. O único piloto titular com menos que ele foi quem ele substituiu na Honda: Pol Espargaró, que sequer fez metade da temporada.

Mir também teve sua cota de lesões, em especial uma fratura na mão no GP da Itália, tendo que desistir também das etapas da Argentina e de Valência após quedas fortes. Seu melhor resultado do ano foi um P5 na Índia, encerrando uma seca de pontos que vinha desde Portugal. Ele terminou no top 15 apenas cinco vezes no ano.

A adaptação à RC213V não foi fácil, devido aos problemas de tração da Honda. Isso parece seguir na moto de 2024, mesmo com uma mudança radical. Mas Mir sente que a Honda está dando passos. E com o vácuo deixado por Márquez, Mir é o líder, e tem uma oportunidade de levar a Honda a uma direção que pode colocar a marca na frente do grid.

Mas ele também precisa provar à Honda que ele é o futuro da marca, já que está em seu último ano de contrato.

1. Marc Marquez – Gresini Ducati

Esse é o ponto focal de 2024

Esse é o ponto focal de 2024

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Sem nenhuma surpresa, Márquez é quem precisa do maior ano de todos esses. Não há como questionar o "assassino" - como ele mesmo se descreveu ano passado. Mesmo com a Honda ruim de 2023, ele ainda foi o principal nome da marca, sendo o único outro além de Álex Rins a subir no pódio.

Em 2021, mesmo ainda sob influência da fratura no braço do ano anterior, ele obteve três vitórias. E agora, quando subiu na Ducati em Valência, no fim do ano passado, Márquez roubou os holofotes quando terminou em quarto. Ele terminou os testes com uma sensação positiva após dois dias no Catar em fevereiro, dizendo que apenas buscava os "três décimos finais".

Mas mesmo com Márquez caindo apenas um dia durante toda a pré-temporada, ainda não sabemos realmente o quão rápido ele pode ser com essa Ducati de 2023. Não há dúvidas de que ele será competitivo, mas o que ele considera competitividade pode ser outra coisa. Talvez ele não lute agora por títulos ou vitórias.

E enquanto seu talento não pode ser questionado, este é, sem dúvidas, o maior ano de sua carreira. Ele correu um grande risco ao sair de uma Honda segura, onde recebia uma bolada anualmente. Agora ele está na melhor moto do grid e sem desculpas. O tribunal da opinião pública não será generoso se não der certo.

Márquez sabe que está correndo um grande risco...

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Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

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