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Randy Mamola: Lorenzo precisa superar medos urgentemente

Em nova coluna exclusiva para o Motorsport.com, Randy Mamola aborda a versão de Jorge Lorenzo que ele viu em Phillip Island - cheio de medos e sem ritmo

Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing

Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing

Gold and Goose / Motorsport Images

Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing, Marc Marquez, Repsol Honda Team
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing

Jorge Lorenzo está com medo e isso é a pior coisa que pode acontecer com um piloto de MotoGP. Ele está com receio de tudo, de cair e de se machucar.

O espanhol admitiu isso no último sábado (23), em Phillip Island, um dia em que ele parecia um piloto completamente diferente - totalmente tenso, lento e desconectado. A versão que vimos na Austrália seria incapaz de atingir todo o sucesso que ele alcançou.

Tanto para o bem dele quanto para o bem de todos que o valorizam e acreditam que ele é um dos pilotos mais talentosos da história do Mundial de Motovelocidade, Jorge precisa reagir e encontrar uma maneira de virar o jogo, voltando a ser a máquina imbatível capaz de dominar o grid.

Lorenzo insiste em dizer que as mudanças que a Michelin fez na construção dos pneus após os estouros sofridos por Loris Baz e Scott Redding afetaram ele mais do que aos demais pilotos. Eu concordo, mas também acredito que, quando você enfrenta um desafio de qualquer origem, você precisa encontrar um jeito de superá-lo. Da mesma forma que os rivais enfrentaram obstáculos, quaisquer que fossem, Jorge precisa superar este.

Neste sentido, não há exemplo melhor do que o de Marc Márquez, que conseguiu se adaptar a uma moto extremamente complicada no início da temporada e, aos poucos, tornou-se mais forte.

Se o exemplo de Marc não convencer Lorenzo, ele pode olhar para o outro lado da garagem, onde Valentino Rossi aprendeu a superar todos os problemas que surgiram na frente dele. Ao contrário de Rossi, Lorenzo não encontrou uma solução até agora para as dificuldades que ele tem enfrentado com os pneus - tanto na traseira quanto na dianteira.

Valentino é mestre em encontrar aderência quando, por qualquer razão, o pneu traseiro não a fornece. Vimos ele pilotar a moto de lado e derrapar, dependendo das exigências de cada situação e das características da moto.

Jorge tem apenas uma fonte e isso o faz invencível quando tudo está do jeito que ele gosta, mas é o mesmo que o deixa totalmente vulnerável quando a situação é diferente. E ter as coisas do jeito que ele gosta, nas condições atuais, com tantos elementos novos entrando na jogada, não tem sido possível.

Não podemos nos esquecer de que Jorge é um tricampeão de MotoGP, mas neste final de semana ele foi ultrapassado e mais lento do que pilotos com menos talento do que ele. No domingo, eu estava na pista acompanhando a corrida e ele me pareceu um piloto totalmente diferente. Ele estava perdido, só e muito lento.

Algo precisa mudar na abordagem dele para que ele consiga sair do buraco em que se encontra. Ele precisa se perguntar, mas sendo sincero com ele mesmo, sobre o que mais o tem machucado - pois normalmente você já sabe as respostas. Nem falo mais sobre esta temporada, mas especialmente sobre o que ele vai encontrar na Ducati, onde tenho o pressentimento de que as coisas não serão nem um pouco fáceis.

Quando digo que ele está assustado, refiro-me a certos sinais que me levaram a chegar a esta conclusão. Um deles é a falta de ritmo de Lorenzo na chuva. Ele sempre menciona as quedas que sofreu quando a pista estava molhada para justificar as dificuldades na chuva.

Mas isso tem acontecido recentemente - no passado, ele era um dos mais velozes no molhado. Por isso, eu diria que o acidente sofrido por ele em Assen, em 2013, continua o perseguindo como um pesadelo.

Deixando as consequências físicas de lado - estas podem ser corrigidas com titânio e pontos - creio que há consequências psicológicas na mente de Lorenzo. Alguém do calibre dele precisa reagir e encontrar um jeito de quebrar essas barreiras. No fim das contas, este é o trabalho dele e ele o faz muito bem.

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