Randy Mamola: Rossi e Viñales, amizade com prazo de validade
Em sua coluna, ex-piloto norte-americano fala sobre relação de Rossi e Viñales que pode se tornar difícil na Yamaha em 2017
Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images
Na tarde de sábado em Mugello, vi um monte de fotógrafos tentando encontrar uma única imagem da sessão de classificação decisiva – o Q2 – na qual Valentino Rossi aparecesse sozinho. Em todas as fotos havia outro piloto: Maverick Viñales. Sempre o mesmo, ou à frente ou atrás.
Não é a primeira vez que eles se ajudam para tentar obter a melhor posição possível no grid. Foi o que aconteceu na Argentina e também em Le Mans, mas o fato de Rossi ter conseguido a pole na Itália à frente de seus fãs fez a estratégia vir aos holofotes.
Mas vamos dar um passo de cada vez. Por um lado, é normal que as pessoas achem estranho ver dois pilotos de diferentes de equipes e diferentes nacionalidades ajudando um ao outro de uma forma tão óbvia. Se levarmos em conta que em seis meses eles serão companheiros de equipe na Yamaha, onde Rossi é o principal piloto, é normal ver pessoas achando isso moralmente repreensível.
Pessoalmente, antes de julgar este tipo de situação, gostaria de dizer algo. Alguém como Valentino, que tem 37 anos e não tem mais nada a provar, mostra a sua ambição e a sua fome. E isso você tem que apreciar. Além de tudo o que ele já ganhou, isso é o que o torna grande e único.
Mesmo que ele transmita uma imagem de gênio distraído, o 46 não deixa nada ao acaso, e muito menos agora que ele está correndo contra rivais como Márquez e Lorenzo, que junto a Stoner são os mais difíceis que encontrou durante sua carreira.
Neste ano, Rossi estava determinado a melhorar seu ritmo de classificação. Em Le Mans, ele largou da sétima posição e teve de tomar uma série de riscos para ir até o fim. Em Mugello, consciente do quão importante o início seria, ele passou a sexta-feira praticando para que nada desse errado.
Até este ponto, tudo foi elogio. No entanto, se há algo que eu não gosto muito é a atitude de Viñales.
Não acho que é respeitoso de Maverick dizer agora que a adaptação à Yamaha vai ser fácil, enquanto a Suzuki apostou nele e se comprometeu na concepção de uma moto competitiva. A melhora da GSX-RR durante o ano passado foi enorme, e a fabricante faz bem em ir atrás de um substituto que estará comprometido com o projeto até o fim. Alguém que possa se tornar um líder de uma maneira semelhante a Kevin Schwantz no passado.
Em todo caso, há duas coisas a se ter em mente a partir de agora. A primeira: vamos ver no sábado em Barcelona. Valentino e Maverick terão a chance de repetir a estratégia de classificação para convencer aqueles que acreditam que até agora tudo foi uma coincidência. E segundo: também será interessante ver como esta relação amigável se transformará a partir de novembro, quando forem vizinhos de garagem.
Se Viñales é tão bom como eu acho que é, a amizade pode tem um prazo de validade de seis meses.
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