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Yamaha pode alcançar maior seca de sua história em Aragón

Time japonês jamais ficou mais de 23 provas sem vencer na MotoGP, e pode ver novo recorde negativo sendo estabelecido

Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing, Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing

Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing, Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing

Gold and Goose / Motorsport Images

Poucos poderiam imaginar que a vitória de Valentino Rossi no GP da Holanda do ano passado seria a última da Yamaha em um ano e três meses. E pior, após as três vitórias de Maverick Viñales no início do ano e seu domínio da pré-temporada de 2017, ninguém poderia crer que o espanhol jamais chegaria perto de ganhar outra corrida até o fim daquela temporada e neste ano também.

No ano passado a culpa da queda no rendimento era do chassi, de pouco potencial evolutivo e que rapidamente se estagnou. Já em 2018 – uma temporada que desde seu início vem sendo problemática para a esquadra de Iwata – o principal problema é a eletrônica da moto. A entrega de potência, aceleração e o freio-motor têm sido os principais empecilhos para a sempre equilibrada e dócil YZR-M1.

A seca de vitórias atual já superou a maior da história da Yamaha na era quatro tempos. O time ficou 18 provas sem ganhar entre os GPs da Malásia de 2002 (vencido por Max Biaggi) e da África do Sul de 2004, no qual Valentino Rossi trouxe fim ao jejum da montadora logo em sua primeira corrida pela fábrica após se desligar da Honda no fim de 2003.

Participando do mundial desde 1973, o pior jejum da história da Yamaha foi entre 1997 e 1998 – 22 corridas, empatado com a atual seca. Na ocasião, a fábrica se reestruturava com uma equipe própria após o fim de sua parceria com o time de Kenny Roberts Sr, responsável pelos títulos de Wayne Rainey entre 1990 e 1992. Rainey, aliás, que era um dos proprietários do time àquela altura, e vendeu sua participação para a Yamaha no fim de 1998.

Com a reorganização da Yamaha nas 500cc e a melhor fase da carreira de Michael Doohan, a Repsol Honda venceu as 15 provas daquele ano – 12 vezes com Doohan, duas vezes com Álex Crivillé e uma vez com Tadayuki Okada.

Em 1998, a Yamaha começou mais forte, mas ainda via o domínio da Honda com a Repsol e a surpreendente equipe Kanemoto, na qual Max Biaggi estreou conquistando a pole position e vencendo em Suzuka.

Por isso, para sair da seca naquele momento, a carta na manga da Yamaha foram os pneus Dunlop e sua equipe satélite, a WCM.

No GP da Grã-Bretanha, com um acerto perfeito e o neozelandês Simon Crafar – profundo conhecedor do circuito de Donington Park e muito bem adaptado a um pneu diferente do que a maior parte do grid utilizava (Michelin) – o time sobrou. Ele conquistou uma inesperada vitória para a Yamaha, com direito a pole position e 11s de vantagem para Doohan, botando fim ao jejum que a marca agonizava na ocasião. Um verdadeiro milagre, quando se lembra que este foi um dos três pódios da carreira de um ano e meio de Crafar nas 500cc, que terminou na metade de 1999 por falta de resultados.

Neste ano, a Yamaha mais uma vez precisa de um milagre para retornar ao primeiro lugar e não fazer história negativamente em Aragón. No entanto, pelo show de horror mostrado em Misano – historicamente um circuito bom para a M1 – com Maverick Viñales em quinto e Valentino Rossi em sétimo, parece pouco provável que algo técnico faça o time se sobressair no Motorland.

Parece mais crível que a escuderia daqui a alguns dias sofra sua pior seca histórica no Mundial de Motovelocidade, algo que certamente deve custar algumas cabeças, já que, diferente de 1997, nada do corpo técnico mudou do time de campeão em 2015 para o de agora.

Simon Crafar

Simon Crafar

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