Entrevista

Cacá rebate críticos de Galvão: no Brasil, sucesso é crime

Irmãos Bueno dizem ignorar comentários sobre pai narrador e lamentam que Galvão não possa acompanhar de perto suas carreiras

Galvão de férias

Galvão de férias

Reprodução

Vencedor Cacá Bueno, Red Bull Racing Chevrolet
Popó Bueno lidera disputa
Cacá Bueno em Tarumã
Cacá Bueno em Curitiba
Galvão Bueno de férias
Cacá Bueno
Cacá Bueno
Popó Bueno
Cacá Bueno
Galvão assiste GP do México
Cacá Bueno em Cascavel
Átila Abreu e Cacá Bueno
Cacá Bueno
Popó Bueno
Cacá Bueno, Red Bull Racing Chevrolet
Pódio corrida 2: Cacá Bueno, Max Wilson, e Julio Campos

Certamente muita gente conhece Cacá e Popó Bueno apenas por serem filhos do narrador global Galvão Bueno.  No entanto, para quem vive perto do automobilismo, os dois são figuras conhecidas e respeitadas.

Cacá é pentacampeão de Stock Car e chega neste final de semana a Interlagos lutando pelo sexto título da carreira com Marcos Gomes, enquanto Popó tem longa carreira na categoria e resultados expressivos, que incluem um terceiro lugar no campeonato de 2011.

Ambos admitem que a maior parte dos leigos os olha diferente por conta do parentesco com o narrador, porém eles garantem que isso não atrapalha o trabalho. “Graças a Deus, a minha vida inteira eu tive patrocínio, apesar de muitas gente achar ‘está lá porque é filho do Galvão’”, disse Popó ao MOTORSPORT.COM.

“Pode até ter uma influência de ajudar a achar um patrocínio aqui ou ali, mas isso nunca foi o papel do meu pai. Ele nunca foi à uma reunião junto com a gente para fechar patrocínio, foi sempre fruto do nosso trabalho, meu e do Cacá.”

Cacá concorda: “meu pai nas minhas questões é apenas pai. Se acha que eu fiz uma besteira, puxa a orelha. Se acha que eu fiz um negócio bacana, me abraça. Ele é pai, como qualquer pai, então não tem tanta relação com a minha carreira. Talvez a maior relação dele para comigo no esporte tenha sido colocar dentro de casa essa cultura. Fiz muitos esportes quando era criança e escolhi o que mais gostava.”

Pela rotina do pai, Cacá vê como normal certo distanciamento de Galvão, principalmente quando o assunto é vida profissional. “Meu relacionamento com a minha família é nota mil, a gente tem uma família muito bem estruturada e agregada, tudo muito redondinho. Nosso pacote familiar, graças a Deus, é muito bacana”, disse.

“Só que a convivência no trabalho é mínima - para não dizer inexistente. Você pode perguntar: ‘vejo você falando pouco desse assunto’. É porque tem pouco para falar.”

Popó também ressalta que o pai faz o possível para não influir na carreira dos filhos nas pistas. Para ele, Galvão tem uma atitude correta. “Ele não gosta de misturar as coisas. Ele tem o calendário dele e as obrigações dele. Não é um pai que participa tão diretamente.”

“Tem muito pai no automobilismo que é o famoso caso ‘pai de piloto, mãe de miss’. Ele está lá com o cronometro, dando palpite e brigando com o patrocinador. Meu pai nunca fez isso. Ele é o Galvão Bueno, tem a projeção dele, o emprego dele e é muito bem sucedido no que ele faz. Não existe igual.”

Como lidam com as críticas ao pai?

Para Cacá, as críticas recorrentes a Galvão Bueno vêm pelo fato de ele ser o primeiro narrador do maior grupo de comunicação do país, a Globo, o que desperta a ira de pessoas que não gostam de ver outras sendo bem-sucedidas.

“É engraçado. No Brasil o sucesso parece crime”, falou ao MOTORSPORT.COM.

“Eu acho que a gente é um povo tão sofrido, que realiza as coisas com tanta dificuldade, que quando alguém consegue algo, a primeira coisa que vem na cabeça da pessoa é falar: ‘ah, esse cara está dando para alguém, está comendo alguém, ou roubou alguém, ou alguém da família dele é famoso’. Ele nunca consegue admitir que o cara teve sucesso porque foi mais competente.”

“Nos EUA, quando um cara sai do gueto para o sucesso, as pessoas batem palma. Aqui falam que o cara está ostentando, se exibindo e é metido.”

Popó crê que a facilidade de emitir opinião atualmente crie muitas situações desnecessárias. “Eu acho que as pessoas hoje tem muito mais meios de mal do que antigamente. Hoje, com as redes sociais, você fala o que quiser.”

“Mas eu não fico chateado porque acho que aquele que fala mal, algum problema ele tem. Ou é inveja, ou opinião que expressou de forma errada. O Galvão tem muito mais para o bem do que mal. Não o colocariam lá caso contrário.”

“Eu leio de tudo, mas tiro aquilo que é bom. A crítica quando é construtiva, é importante. Você cresce. Mas o resto entra por um ouvido e sai pelo outro.”

Be part of Motorsport community

Join the conversation
Artigo anterior Gomes pode chegar em 13º e levar título; confira matemática
Próximo artigo Após passar por psicóloga, Gomes mostra confiança para final

Top Comments

Ainda não há comentários. Seja o primeiro a comentar.

Sign up for free

  • Get quick access to your favorite articles

  • Manage alerts on breaking news and favorite drivers

  • Make your voice heard with article commenting.

Motorsport prime

Discover premium content
Assinar

Edição

Brasil