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Salles relembra grave acidente na Argentina dez anos depois

Piloto carioca fala de maior susto da carreira de piloto na Stock Car em 2006: “Podia não estar vivo hoje”

Acidente de Gualter Salles em Buenos Aires em 2006

Foto de: Reprodução

Sócio da equipe Vogel Geolab Racing na Stock Car atualmente, o carioca Gualter Salles, piloto da CART no fim dos anos 1990 e início dos 2000, completou dez anos de seu maior acidente na carreira no último dia 29 de outubro.

A data marcava a segunda corrida da Stock Car no Autódromo Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires. Com a pista molhada, a etapa se encaminhava para seu final quando Salles perdeu o controle do carro após um toque de Guto Negrão. Com muita água na grama, o piloto acabou ganhando velocidade e subiu em um morro.

O impacto na grama fez com que seu carro capotasse por seguidas vezes, se despedaçando. Já bem avariado, o chassi caiu em uma pista de acesso ao paddock do circuito. Mesmo assim, apesar da dinâmica espetacular da batida, Gualter não perdeu a consciência e não se machucou seriamente. Ao Motorsport.com, ele relembrou o ocorrido.

Confira o acidente:

“Eu lembro de tudo. Vi tudo muito rápido”, contou.

“Foi uma prova que tínhamos condições muito ruins. Estava chovendo depois parou e as condições da pista não estavam boas em vários pontos. Faltavam cinco minutos para acabar e eu estava mais ou menos em décimo lugar.”

“O Guto (Negrão) acabou se precipitando ali. O carro pegou velocidade na grama e vi que ia bater nos pneus. Mas aí eu decolei e não deu tempo de pensar. Foi só o tempo de eu fechar os olhos e pedir para Deus me proteger. Foi isso o que aconteceu, mas graças a Deus eu não tive sequela nenhuma – continuo jogando futebol e tênis sem problemas. Dois meses depois eu já estava 100%.”

“O que demorou muito foi o meu resgate. Fiquei preso nas ferragens e sentia muita dor no corpo todo. Passei vários dias depois com muita dor na perna. Tive de operar um joelho pelos ligamentos que rompi no impacto e os vasos sanguíneos dos meus olhos estouraram, o que fez eles ficarem vermelhos.”

“Foi difícil, mas graças a Deus eu não quebrei nada. Podia não estar vivo, como também poderia ter um dano muito maior no meu corpo.”

Gualter também disse que por muito tempo não conseguia ver a batida. O piloto também revelou que não quis parar de correr após o acidente, encerrando sua carreira apenas um ano depois.

“Por muito tempo eu não quis nem ver as imagens”, falou.

“Não gostava de assistir ao acidente. Hoje, como já passou muito tempo, não tem muito problema. Antes eu ficava assustado.”

“Quis voltar rápido. Duas provas depois eu já estava no grid de novo, para a última corrida do ano em São Paulo. Perdi apenas uma etapa no Rio."

"Já estava pensando em parar, porque sempre preferi fórmula e nunca me achei tão bom na Stock Car, apesar de ter feito algumas provas boas. Já era sócio do Mauro (Vogel), queria cuidar da equipe, e na época também era jogador profissional de pôquer, viajava muito."

"Mas eu não queria parar por conta do acidente, então já voltei na última corrida do ano. Um ano depois eu já estava pronto para parar de vez. Correr profissionalmente ainda dá saudade, mas passou.”

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