Entrevista

Sob incerteza, Mico’s desbafa: “nos deixaram na mão”

Uruguaio busca encontrar viabilidade financeira para estar com time no grid, mas se diz chateado com situação

Juan Carlos Mico Lopez

Foto de: Gabriel Lima/Motorsport

Garagem da Mico's no Velopark
Garagem da Mico's no Velopark
Vencedor Julio Campos
Julio Campos
Juan Carlos Mico Lopez

O ano vem se mostrando um grande desafio para a equipe Mico’s Racing. Comandada pelo uruguaio Juan Carlos Mico Lopez, o time perdeu seu principal patrocinador no fim do ano passado - a farmacêutica Prati-donaduzzi. Sem investidores neste ano, a equipe está tendo de lutar para fazer cada corrida.

Com orçamento apertado e o país em crise, Mico disse ao Motorsport.com que tem fé para conseguir novamente um bom patrocínio, mas classifica sua situação como bastante complicada.

“É uma categoria muito cara, que sem patrocínio não existe”, iniciou. “Estamos tentando ir atrás, mas no momento está difícil. O país está assim. É uma situação meio que insustentável. Uma hora eu tenho fé que vai aparecer, mas está complicado.”

“Se eu não tivesse fé eu não teria nem tentando estar no Velopark. A fé move o mundo, não podemos desistir. Queremos um patrocínio para trabalhar. Somos 12 famílias aqui. Dependemos disso.”

“Timing” complicou situação

Mico também revelou que o anúncio da saída da Prati-donaduzzi foi no pior momento possível. Mesmo entendendo as razões da empresa, ele se considera bastante lesado com a opção do patrocinador. “Nós estávamos fechados para 2016. Não buscamos patrocínios, estaríamos no quinto ano de parceria. Só que de repente eles ligaram cancelando.”

“É um momento complicado, porque está fora do timing para você correr atrás das empresas. A equipe já estava organizada e trabalhando com um orçamento para 2016.”

“É impressionante. No ano passado tivemos aqui no nosso box o filho do Alain Prost e o sobrinho do Ayrton Senna, além do Antonio Pizzonia e do Julio Campos. Aparecemos no Jornal Nacional, fora os outros programas da Globo. Poucas vezes um patrocínio teve tanto retorno na Stock Car.”

“Você conhecia a Prati antigamente? Então. Nunca demos tanto retorno para eles, nunca fizemos um trabalho tão bom. Até o meio do ano estávamos na briga do campeonato. Ganhamos corridas e fizemos pódios. Obviamente da metade para frente do ano não fomos bem, mas de repente te deixam na mão. É muito difícil. E isso, sim, eu acho injusto. De repente todo o seu trabalho não vale nada.”

“Em outubro eles saíram de Curitiba fechados conosco, mas antes de Tarumã resolveram sair.”

Orçamento para correr

Segundo Mico, a palavra do momento é trabalho. Neste mês que ainda resta para a corrida de Goiânia (22 de maio), o time busca encontrar empresas para tentar se manter na categoria etapa por etapa.

“Vamos tentar fechar alguma parceria, algo que possa fazer a gente alavancar neste ano”, falou ao Motorsport.com.

O time, que havia assinado com Sergio Jimenez no fim do ano passado, teve de liberar o piloto por conta de um patrocínio que acabou não se comprometendo em fechar a temporada completa.

“Tínhamos uma empresa que supostamente estaria com a gente neste ano”, explicou Mico. “Só que aí, para variar, chegou a hora e eles deram para trás. Disseram que não teriam como garantir o ano inteiro. Mas, no caso do Jimenez, não é o que ele precisa. Ele precisa correr o ano inteiro. Não tinha como dar garantias para ele.”

Por corrida, o orçamento de um time da Stock Car gira em torno de 2 milhões e 500 mil por carro. Fazer uma corrida normalmente com os dois carros custa aos cofres de um time 200 mil reais. Este orçamento foi alcançado pela equipe na última etapa com o piloto Fábio Carbone.

“Nosso esquema é de muita amizade”, disse Mico sobre Carbone. “Estamos tentando mostrar serviço para ver se conseguimos garimpar um patrocinador. Essa que é a realidade. Do bolso isso aqui é inviável.”

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