Analista da F1 diz que 'novo' áudio de Masi traz desconforto: "Extremamente inaceitável"

Conversa entre diretor de provas e dirigente da Red Bull no GP de Abu Dhabi, que já estava nas redes, foi resgatado por fãs e causou revolta

The Safety Car Lewis Hamilton, Mercedes W12, Lando Norris, McLaren MCL35M

Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images

O analista da Sky Sports, Martin Brundle, disse que as comunicações de rádio do diretor de provas da Fórmula 1, Michael Masi, no GP de Abu Dhabi de 2021 que ressurgiram nas redes são "desconfortáveis" de ouvir. O áudio de uma conversa entre o australiano e o diretor esportivo da Red Bull, Jonathan Wheatley, circulou amplamente nas mídias sociais na quarta-feira, provocando uma nova ira de muitos fãs.

Na conversa, que acontece durante o safety car no final da corrida, Wheatley diz: "Esses carros retardatários; você não precisa os fazer dar a volta inteira e se juntar ao pelotão, apenas deixá-los ir, e então teremos uma corrida de carros em nossas mãos". O que causou desconforto entre muitos é que o comentário parece ter dado o tom para a justificativa de Masi trazer o carro de segurança mais cedo, quando foi criticado pelo chefe da Mercedes, Toto Wolff. Ele respondeu: "Toto, isso se chama corrida de carros, ok?"

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Embora a conversa de rádio não seja nova e tenha sido lançada originalmente pela F1 na semana após a corrida de Abu Dhabi, muitos a deixaram passar em meio ao furor dos eventos na época.

Curiosamente, também só foi disponibilizado ao público em 16 de dezembro, horas depois que a Mercedes optou por retirar seu recurso sobre o resultado de Abu Dhabi, para que a escuderia não tivesse conhecimento desse bate-papo antes de tomar sua decisão final.

Brundle disse que o áudio justifica o nível de raiva que resta dos fãs sobre o tratamento dos eventos pela FIA. Falando à Sky, ele disse: "Não é algo novo, e também acho que você precisa entender que isso não foi necessariamente dizer a Masi algo que ele ainda não sabia".

"Não vamos supor que o orientaram em um aspecto que ele não conhecesse em termos do que poderia ou não em termos do pelotão retardatário. Claro que é muito desconfortável, e muitas pessoas estão descontentes: fãs de (Lewis) Hamilton, fãs da Mercedes."

"Você nem precisa ser um fã de Hamilton para pensar que ele deveria ser oito vezes campeão, pois para mim, o regulamento realmente crucial que não foi cumprido foi que o carro de segurança deveria ter ido aos boxes no final da volta seguinte."

"No entanto, também sabemos que as regras e reuniões não escritas, que não deveriam substituir nada, eram: 'vamos tentar não terminar a corrida atrás do safety car'. É extremamente inaceitável. Conheci muitos fãs que chegaram à F1 no ano passado, e outros em geral, que ficaram muito decepcionados com o que aconteceu."

Martin Brundle, Sky TV

Martin Brundle, Sky TV

Photo by: Drew Gibson / Motorsport Images

Brundle acredita que os eventos de Abu Dhabi mostraram o quão errado era que as equipes pudessem pressionar o controle da corrida diretamente.

"Não podemos - e sabemos que vai mudar - ter escuderias chegando aos comissários enquanto eles tentam tomar decisões importantes com carros na pista, fiscais e veículos danificados", disse ele. "Ele está administrando e sendo pressionado pela esquerda, direita e centro. No futebol ou rugby isso já é completamente inaceitável. E vai mudar."

"Não é nada bonito para a F1, mas não acho que esse áudio mude a narrativa realmente desconfortável do que aconteceu."

A FIA deve apresentar as conclusões de sua investigação sobre os eventos de Abu Dhabi à Comissão de F1 na próxima segunda-feira (14). Espera-se também a proposição de mudanças na estrutura e regras de controle de corrida para garantir que não haja erros repetidos no futuro.

A posição de Masi permanece incerta e a FIA admitiu que ele pode ser substituído para a temporada de 2022. Brundle acha que é difícil para o australiano continuar em seu cargo, por causa da pressão extrema que ele seria submetido a cada decisão tomada sobre Hamilton.

"Comentei que remover Michael Masi não resolveria o problema, pois é um trabalho muito grande para uma pessoa", comentou o analista. "Isso não quer dizer que eu o apoie totalmente. Acho que ele vai ter que lutar para manter essa posição."

"O problema é que os holofotes estarão sobre ele e todas as decisões serão analisadas. O que acontecerá se Lewis for penalizado? Ele será tolerante com isso? Acho que ele está em uma situação insustentável", concluiu.

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